Nas últimas semanas, o governo do Distrito Federal sinalizou a sua intenção de facilitar o acesso da população ao Lago Paranoá. Conforme comentei aqui neste veículo, essa é uma medida fundamental, necessária para preservar o nosso principal espelho d’água e capaz de gerar desenvolvimento econômico e social para cidade. É importante frisar que a democratização da orla passa necessariamente por um processo de ampliação das áreas vivencias e pela instalação de equipamentos públicos nestes espaços. Não basta somente criar os parques, é preciso que os locais tenham segurança, iluminação, estacionamentos, banheiros e lixeiras, além de áreas para exploração comercial.

Brasília já possui parques e espaços públicos à beira do lago. Os mais utilizados são evidentemente aqueles dotados de equipamentos de uso coletivo. Isso incentiva não apenas a democratização da orla, mas uma preservação e uma conscientização sobre os nossos recursos naturais, que passam a ser utilizados e fiscalizados pela população. No projeto em estudo pelo governo estão previstos 29 parques de multiuso, entre unidades de conservação e áreas vivenciais.

Alguns, como a Prainha e a Concha Acústica, por exemplo, precisam ser revitalizados. Outros, como o Parque das Garças e o Piscinão do Lago Norte, precisam de grandes investimentos. Existem graças ao esforço da comunidade, mas contam com pouca ou nenhuma infraestrutura governamental. Ocupar a orla com parques ecológicos e empreendimentos sustentáveis é sobretudo uma forma de cuidar do Lago Paranoá e fomentar o turismo em Brasília.

O Estado, sozinho, tem poucas condições de zelar pelos quase 40 quilômetros quadrados de área superficial do nosso espelho d’água. As possibilidades de parcerias, com o governo federal, inclusive, são muitas. O certo é aproveitar as águas brasilienses e proteger o nosso cartão postal.

Adelmir Santana – Presidente da Fecomercio-DF, entidade que administra o Sesc, o Senac e o Instituto Fecomércio no Distrito Federal.

Brasília, 18 de fevereiro de 2013

Publicado originalmente no Jornal de Brasília 18/02/2013

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