A Câmara de Inovação e Tecnologia da Informação da Fecomércio-DF recebeu, nesta terça-feira (17), a integrante do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS) da Presidência da República, Rosângela Hilário, e representantes da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), Mayra Balbino, Junior Berbet e Caio Lobato. Juntamente com os conselheiros do grupo, eles discutiram a democratização e o uso da tecnologia como transformadores sociais.
O presidente do Sistema Fecomércio-DF, José Aparecido Freire, abriu a reunião, conduzida pelos coordenadores da Câmara de TI, Christian Tadeu e Marco Túlio Chaparro, integrantes do Sindicato das Empresas de TI do DF (Sindesei-DF). Também estiveram presentes o coordenador-geral das Câmaras Temáticas da Fecomércio-DF, Hélio Queiroz, e a chefe de gabinete da Federação, Caetana Franarin.
A capacitação de mão de obra especializada foi tema central dos debates. “O Brasil deveria gerar cerca de 420 mil vagas para o setor de TI e todo o ecossistema até 2025, mas está muito difícil encontrar profissionais da área para ocupar esses cargos. Segundo a Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação de Tecnologias Digitais (Brasscom), existe uma demanda média anual de 159 mil profissionais no país, mas o Brasil só forma 53 mil pessoas”, destacou a representante do governo federal.
A partir desse cenário, Hilário sugeriu, por meio da Câmara de TI da Fecomércio-DF, utilizar a tecnologia como forma de combate às desigualdades. “Vamos atuar para construir parcerias e propostas factíveis para que a produção tecnológica se apresente como estratégia de combate às condições assimétricas de vivências. Não é possível que as pessoas pretas assumam apenas as funções indesejadas por outros nas empresas de tecnologia”, disse.
“Sugiro uma maior aproximação com o Senac-DF, assim como com nossa Câmara, porque é onde está a maior capacidade de concentração, hoje, de profissionais da área de TI, análise de sistemas, programação e desenvolvimento, gamificação”, destacou o coordenador-líder da Câmara, Christian Tadeu, também vice-presidente do sindicato das empresas de TI do DF (Sindesei-DF).
Tadeu lembrou que mais de 90% do PIB do DF está ligado ao setor de comércio de bens e serviços. Já o Sindesei-DF possui uma base com 14 mil empresas, totalizando 98% das empresas do DF na área de TI. São cerca de 48 mil empregados, dos quais 42% são pardos ou pretos, e 40% são mulheres. O setor também tem o segundo maior ticket salarial médio entre os sindicatos da federação.
Políticas públicas
Os representantes da Secti-DF destacaram políticas públicas e projetos de Ciência, Tecnologia e Inovação (CTI) como instrumento de desenvolvimento regional. As iniciativas buscam estimular a inovação em setores de base tecnológica com a participação de organizações da sociedade civil (OSCS).
Entre projetos como o Campus Party Brasília, o Gamifica DF e o Innova Summit, a diretora de Capacitação e Inclusão Digital (Secti-DF), Mayra Balbino, enfatizou o projeto Brasíl.IA, que visa capacitar pessoas no uso de ferramentas de Inteligência Artificial (IA). O objetivo é atender, principalmente, jovens em situação de vulnerabilidade social.
Juntos, os projetos implementados pela Secretaria já beneficiaram diretamente mais de 100 mil pessoas. “Me sinto muito honrada em estar, hoje, nesta Câmara e em atuar na Secti-DF para fomentar projetos que incluam esse grupo social”, pontuou Balbino.
“O nosso papel é trabalhar a área de inovação e TI como um serviço. Então, por meio do Senac-DF, nosso braço de aprendizagem e capacitação, estamos à disposição da Secti-DF para formar cada vez mais profissionais e atender esse setor com mão de obra qualificada”, afirmou o presidente do Sistema Fecomércio-DF, José Aparecido Freire.