Francisco Maia
Presidente do Sistema Fecomércio-DF (Fecomércio, Sesc, Senac e Instituto Fecomércio)
O fantástico êxito no comércio virtual se transformou em fantasma para o tradicional comércio de antigamente. Ele chegou com armas silenciosas, mortais, irreversíveis e recebe as benções do progresso. Além de facilitar a vida de quem compra, tem manhas para vender melhor. É sempre importante descobrir o que outras empresas estão fazendo para atrair seu público-alvo. Para analisar e superar seus concorrentes usam a tecnologia que chama de análise de mercado. Atualmente, há lojas que vendem pouco por causa da internet. Nós não somos contra, é a evolução tecnológica. Os preços são muito mais baratos, porque não paga aluguel, não tem empregado. Através de muitas formas, a modernidade transforma as vidas e nossas cidades. O e-commerce chegou a Brasília, mas na mesma onda de transformação trouxe também mudanças nos costumes e no destino das ruas.
Conhecemos um tempo em que a W3 era um verdadeiro shopping ao ar livre. Essa via central da cidade foi uma área bem frequentada, com boas lojas e comércio vivo. Hoje, nós vemos só abandono. No momento estão tentando a revitalização das quadras 511/512. O governador Ibaneis Rocha liberou recurso em torno de R$ 2,9 milhões, que, na verdade, é só pedaço da W3. Isso não resolve a situação toda. Outro projeto que está em discussão é transformar o Setor Comercial em área de moradia. Há uma dúvida que se impõe, de como resolver o problema dos estacionamentos.
A ideia parece ser boa. Afinal, o Setor Comercial Sul é uma área que, ao final do dia fica abandonada. O local se transforma em ponto de prostituição, tráfico e consumo de drogas, que cada dia cresce mais. Na mudança para área residencial, haverá 24 horas de ocupação. O problema é saber se os empresários querem realmente investir no local. O futuro que nos atropela a cada amanhecer tem sua beleza. A vaidade das moças, felizmente, sempre será eterna. Aquilo que mais tem crescido na vida do comércio em Brasília é um setor que nem tem muita crise, o dos cosméticos.