Crédito: Jussara Peruzzi/Agência Petrobras

O agravamento da crise hídrica no País e o isolamento do Centro-Oeste na malha que circula e distribui energia térmica entre os estados acenderam as discussões sobre a necessidade de construção de termelétricas na região central do Brasil. Por conta disso, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio-DF), Federação da Agricultura e Pecuário (Fape-DF) e a Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra) defendem que se instale pelo menos uma termoelétrica no bioma do Cerrado.

A aposta é de que a construção de gasodutos no Centro-Oeste interligaria sistemas que já existem em outras partes do país, conectando-se à malha de Urucu-Coari-Manaus, Parnaíba (Maranhão), Nordeste (TAG) e Sudeste (NTS).

“Trata-se de uma ação antecipada para mitigar qualquer crise provocada por racionamento de energia e queda na produção de diversos setores, com risco também de afetar a economia e o emprego de trabalhadores”, avalia o presidente da Fecomércio-DF, José Aparecido Freire.

Segundo as federações, a proposta também poderia atrair oferta de gás natural, oferecendo alternativas para atendimento da demanda local por energia, além de preservar a água em reservatórios dos rios de planalto que formam o coração do sistema elétrico brasileiro no subsistema Sudeste-Centro Oeste.

Com as termoelétricas, há ainda a possibilidade de utilização do biogás – equiparado ao gás natural – como fator de desenvolvimento local e descarbonização de matriz energética. O biogás gera energia limpa. Caminhões, tratores e máquinas agrícolas movidas a diesel poderiam substituir seu combustível por biometano, gerando uma energia circular.

Segundo o presidente Fape, Fernando Cesar Ribeiro, uma termoelétrica de 1000 MW geraria cerca de 3 mil empregos diretos, com investimento de R$6,5 bilhões. “No rol de benefícios também estão o desenvolvimento local com atividades correlatas, como distribuição de gás canalizado, transporte via GNC, maior produção agrícola com redução da inflação de alimentos, atendimento de demanda reprimida de energia das cidades do agronegócio, boom imobiliário, atração de mão de obra de cidades satélites e melhor a confiabilidade do sistema elétrico”, enumera Ribeiro.

Hoje as cidades que giram em torno do agronegócio costumam ter uma população que cresce em média 4,8% ao ano, além de PIB entre 14 a 18% também ao ano. Em alguns desses locais, a produção agropecuária segue reprimida por falta de energia e água para irrigação por pivôs centrais.

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