Um raio x do empreendedorismo no Distrito Federal revelou que 36% das empresas em atividade nos setores de Comércio e Serviços no Distrito Federal possuem exclusivamente mulheres em seu quadro societário. Os dados constam na plataforma de inteligência chamada Mapa do Comércio, ferramenta desenvolvida pela Fecomércio-DF em parceria com o Sebrae. Uma prévia dos números foi divulgada nesta terça-feira (17) durante reunião da Câmara de Mulheres Empreendedoras da Fecomércio-DF.
O levantamento detalhou que dos mais de 227 mil CNPJs registrados no DF, 80 mil são compostos só por mulheres, sendo 75 mil sócias proprietárias e 5 mil sociedades só com mulheres. As empresas mistas representam ainda cerca de 19 mil sociedades. As atividades predominantes são cabeleireiros e manicures (9,5 mil) e comércio varejista de vestuário (9,5 mil). Metade dessas empresas são de microempreendedoras individuais (MEI).
O presidente do Sistema do Sistema Fecomércio-DF, José Aparecido Freire, explica que Mapa do Comércio é um norte para o setor, já que consegue obter dados atualizados e estratificados junto a diversos órgãos governamentais. “Essa ferramenta divide todos os setores pela Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), o que permitirá aos nossos sindicatos saberem com detalhes quantas empresas existem na sua base. No segmento por gênero, por exemplo, irá nos ajudar a definir políticas e estratégias de fortalecimento do empreendedorismo feminino no DF”, explica Aparecido.
O consultor responsável por desenvolver a ferramenta, Henrique Queiroz, conta que o Mapa do Comércio acessa e cruza dados da Receita Federal, Secretaria de Economia, IBGE, Codeplan, Ministério do Trabalho, entre outros. “Para a apresentação de hoje, coletamos os dados de sócios e cruzamos com a base de nomes de cartórios de registro civil do Brasil, que tem centenas de milhares de nomes classificados como masculinos e femininos. Com isso conseguimos fazer um mapeamento bastante assertivo sobre a composição das sociedades”, detalhou Queiroz.
A presidente da Câmara de Mulheres da Fecomércio-DF, Beatriz Guimarães, disse que o recorte feminino do setor de comércio de bens e serviços servirá para orientar as empresárias sobre quais são suas potencialidades e suas fraquezas. “Já vimos que somos fortes no setor de beleza e vestuário, então por isso podemos pensar em estratégias para crescermos no setor de tecnologia, por exemplo, que ainda carece da presença feminina. Outro benefício da ferramenta é saber em que localidades estamos atuando, assim podemos direcionar nossos esforços localmente”, explicou a presidente da Câmara.