O ano de 2012 começa acompanhado de um velho problema que afeta todo o setor produtivo. A falta de mão de obra qualificada tem demonstrado, cada vez mais, ser um sério entrave para nosso desenvolvimento. E à medida que crescemos economicamente a situação se agrava.
Precisamos nos conscientizar de que não há como um País dar um salto econômico sem investir, em igual proporção, na qualificação de seus profissionais. O governo tem demonstrado maior consciência disso e da necessidade de encontrar soluções. Mas ainda há muito a ser feito.
Os números de postos de trabalho disponíveis no final de 2011 comprovam esse fato. Mesmo com uma redução substancial observada na criação de empregos formais, muitos setores ainda reclamam do chamado apagão de mão de obra e não conseguem preencher suas vagas. Pesquisas anunciadas no decorrer do ano mostravam que quase 70% da empresas ligadas a indústria eram afetadas pela falta de empregados qualificados.
O setor de transportes, no mês de dezembro, contabilizava 40 mil vagas a serem preenchidas. Com o comércio e serviços não é diferente. E mesmo com tantas oportunidades, o desemprego continua alto. Essa conta não fechará nunca enquanto algumas questões não forem modificadas.
Precisamos organizar a oferta de cursos profissionalizantes. Muitas instituições, inclusive as governamentais, oferecem cursos em áreas semelhantes, enquanto outras atividades ficam deficitárias. Esse fato prejudica não só as pessoas que desejam se qualificar como as próprias instituições, que acirram a concorrência entre si.
O Sistema S, pensando nisso, atua de forma segmentada, com o Senai capacitando para a indústria e o Senac para comércio e serviços, por exemplo. É uma alternativa para a divisão do trabalho. Outra medida importante seria uma modificação na mentalidade do brasileiro, que valoriza mais o curso universitário em detrimento do ensino técnico. É preciso enxergar que, ao contrário do que muitos pensam, esse último pode ser a garantia de um bom emprego.
Se lançarmos um olhar para o futuro próximo, veremos que, se nada for feito, essa situação só tende a piorar. A expectativa de 2012 para o País é de crescimento. Somado a isso, teremos uma demanda extra de mão de obra gerada pelos grandes eventos que estão por vir, como a Copa das Confederações e a Copa do Mundo de 2014. Os investimentos na área de infraestrutura são importantes. Mas, além da construção de prédios e estabelecimentos, é preciso que se pense na preparação dos funcionários que trabalharão nesses empreendimentos.
Certamente, eles serão o nosso maior cartão de visitas. O Senac do Distrito Federal procura fazer a sua parte e já superou em 61 mil a marca de um milhão de alunos capacitados desde a sua criação. Se trabalharmos juntos, poderemos vencer esse fantasma.
*Publicado originalmente no Jornal de Brasília – 02/01/2012
Brasília, 02 de Janeiro de 2012
Adelmir Santana Presidente do Sistema Fecomercio-DF