O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 1,1% em 2019. É o que mostra pesquisa divulgada nesta quarta-feira (4), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é o mais fraco em 3 anos, o desempenho foi afetado pela perda do ritmo do consumo das famílias do País e dos investimentos privados. Em valores correntes, o PIB do ano passado totalizou R$ 7,3 trilhões em 2019.

Veja os principais destaques do PIB em 2019: Serviços: 1,3%;Indústria: 0,5%; Agropecuária: 1,3%; Consumo das famílias: 1,8%; Consumo do governo: -0,4%; Investimentos: 2,2%; Construção civil: 1,6% (1ª alta após cinco anos consecutivos de queda); Exportação: -2,5% (1ª queda em 5 anos) e Importação: 1,1%.

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revisou a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2020 de 2,3% para 2,1%. A revisão é resultado da desaceleração da economia global, provocada sobretudo pela epidemia do novo coronavírus.

O presidente da CNC, José Roberto Tadros, ressaltou a importância do consumo na recuperação, ainda lenta, mas firme, da economia brasileira e observou que, com a aprovação das reformas, o ano de 2020 também deverá apontar uma expansão do PIB brasileiro. “É importante destacar também os dados positivos dos Serviços e, especificamente, do Comércio no PIB, com expansão, respectivamente, de 1,3% e 1,8% em 2019. Nossa expectativa é que o consumo das famílias, os serviços e o comércio vão continuar impulsionando a recuperação da economia brasileira em 2020. Acreditamos que, a despeito dos desafios, com a aprovação das reformas e o empenho do governo e do setor produtivo, prosseguiremos firmes na trajetória de crescimento”, disse Tadros.

O economista da CNC Fabio Bentes observou que a inflação próxima ao centro da meta definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) permitiu a ampliação do consumo de bens e serviços por parte das famílias via ampliação do crédito ao consumo, cujo avanço real ao longo do ano passado (+11%) foi o maior desde 2010 (+20,5%). Bentes acrescentou, porém, que há ainda preocupação em relação ao desempenho da economia no curto prazo e como a desaceleração da economia global pode ter impactos no Brasil.

“Apesar de não registrar quedas nos últimos 12 trimestres, o desempenho de curtíssimo prazo segue decepcionante. Ainda que positivos, os dados do PIB de 2019 revelam um grande desafio para a economia brasileira nos próximos anos, que é reativar o mercado de trabalho, que, a despeito do recuo na taxa de desemprego, tem apresentado níveis recordes de subutilização da força de trabalho e informalidade elevada”, alertou Bentes.

A percepção da CNC é que as condições que propiciaram a retomada do crescimento econômico no ano passado estão minimamente preservadas, mas ainda há espaço para a queda das taxas dos juros, dada a mediana das expectativas para a inflação de 2020.

A alta de 2,1% no PIB de 2020 será impulsionada, de acordo com a CNC, pelo consumo das famílias (+2,7% ante 2019). Diante dessa nova expectativa e do cenário atual, segundo o qual o PIB se encontra 2,5% abaixo do último trimestre de 2014, a superação plena da recessão, portanto, somente se dará na primeira metade de 2021.

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