Francisco Maia
Presidente do Sistema Fecomércio-DF (Fecomércio, Sesc, Senac e Instituto Fecomércio)

 

Quando um evento cultural é organizado de forma criativa e responsável, a música que toca é a do desenvolvimento. É assim em qualquer lugar do mundo. As pessoas têm acesso ao lazer, algo essencial para a condição humana. Uma cadeia produtiva inteira é beneficiada. O estado ganha com a arrecadação de impostos e o empreendedorismo se fortalece. Isso não é barulho, é música para os ouvidos de uma capital viva.

Nos últimos anos, em um movimento jovem e inovador, Brasília também se tornou palco desses eventos. Melhor ainda, passamos a realizá-los com uma cara brasiliense, o que vem atraindo brasileiros e estrangeiros a viverem experiências únicas em nossa cidade. Não podemos aceitar, agora, que uma divergência desligue o som. Para não corrermos o risco de ter uma cidade surda. Ou pior, muda e atrasada. A tentativa de interdição do Na Praia causa espanto porque o local onde está sediado o evento é uma área destinada a clubes e hotéis, onde se realizam festas. Não por acaso os shows ocorrem ao lado de uma concha acústica projetada por Niemeyer em 1969. A moradia veio depois.

Não é o caso de colocar um contra o outro,mas de buscar soluções. É dessa forma que nós esperamos que a Justiça analise o tema nesta terça-feira (13). E estamos confiantes que a decisão levará em consideração o interesse de todos, em defesa do desenvolvimento. Quando uma produtora cria um festival que paga pelo espaço público, tem uma política de lixo zero, arrecada mais de 150 toneladas de alimentos e gera 2,6 mil empregos semanais, esse evento passa a ser patrimônio da cidade. O mesmo Poder Público que autorizou o festival não pode interditá- lo depois. A discussão deve girar em torno da adequação da Lei do Silêncio, para que ela se torne boa para a capital federal, onde os cidadãos precisam tanto de sossego quanto de diversão e emprego. E para isso o caminho é o do equilíbrio, do respeito e da tolerância.

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