O que não falta no Brasil são motivos para reclamar. Nem os serviços mais básicos ofertados pelo Estado funcionam adequadamente, haja vista as filas nos hospitais, a violência, os problemas de mobilidade urbana e a educação precária.Quando o assunto é política então, a realidade é muito ruim. Após décadas de práticas fisiológicas, a maioria dos políticos é conhecida pela má reputação. Criticar essa realidade, portanto, faz todo sentido. Mas se realmente quisermos mudar o País é preciso participar da mudança. Não basta falar. Essa mensagem vale principalmente para os mais ricos, que pouco ou nada fazem para aperfeiçoar esse modelo.

As últimas manifestações demonstraram a força da mobilização.Os protestos pressionaram os governantes a adotarem medidas concretas em diversas áreas. A elite brasileira, no entanto, permanece reclusa, focada muito mais no discurso do que na prática. Esse não é o comportamento esperado de quem, em tese, tem mais acesso à informação e dispõe de meios de organização política. A classe mais alta reclama muito, mas pouco faz para combater a corrupção, acabar com o “toma lá, dá cá”ou melhorar a qualidade dos serviços no Brasil. A atuação do cidadão na política não pode se restringir ao voto. É preciso lutar por interesses coletivos e não individuais.

A reforma política não sairá do papel enquanto os brasileiros não se envolverem nesse debate. Falo de todos os brasileiros. A renovação dos poderes, das assembleias e das câmaras, pressupõe a entrada de pessoas de bem nessas esferas, que sugiram novas alternativas. Graças a muitas conquistas, vivemos hoje numa democracia e nesse sistema os partidos são fundamentais. É fato que essas organizações precisam de mudanças, até mesmo porque foram deixadas nas mãos de poucos. Por isso mesmo, somos nós os responsáveis por transformar essas representações e devolver a dignidade, a ética e a cidadania para o exercício da política.

Publicado originalmente no Jornal de Brasília 02/09/2013

Brasília, 02 de setembro de 2013.

Adelmir Santana – Presidente da Fecomércio-DF, entidade que administra o Sesc, o Senac e o Instituto Fecomércio no Distrito Federal.

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