A participação de lojistas na Black Friday deste ano superou as expectativas do setor de comércio, bens e serviços. Além de aumentar o volume de vendas em relação aos dias atuais, a data serviu para que os comerciantes renovassem seus estoques. Pesquisa do Instituto Fecomércio-DF mostrou que 84,71% dos empresários do Distrito Federal aderiram ao período de promoções. A expectativa, medida em um levantamento anterior, era de 77,54%. Com isso, registrou-se 9,25% a mais de participação do que o esperado.
Ainda segunda a pesquisa, 67,67% dos entrevistados disseram que as vendas permitiram renovar os estoques para o Natal e Ano Novo. Quando questionados se a Black Friday esse ano foi melhor que no ano passado, 37,55% disseram que sim; 42,04% disseram que foi igual; e outros 20,41% acharam que foi pior. Neste caso, o indicador de alteração nas vendas, que é a diferença entre melhor e pior, ficou em torno de +17,14%.
“É uma notícia muito boa para comerciantes e consumidores. Mostra que a Black Friday já se consolidou como data importante para o comércio”, avalia o presidente do Sistema Fecomércio-DF, José Aparecido Freire. Sobre o movimento no fim de ano, ele acrescenta. “Muitos empresários estavam com estoques parados devido aos efeitos da pandemia, que obrigou as lojas a fecharem suas portas e impediu as pessoas de irem às compras. O que vemos agora é um movimento de retomada da economia”, explica Aparecido.
Outros índices
Sobre o faturamento das lojas no mês em que as promoções aconteceram, a expectativa não foi concretizada, mas ficou próxima do esperado. A média aguardada pelos comerciantes era R$ 39 mil. A pesquisa pós-vendas constatou, entretanto, que o valor ficou em torno de R$ 31 mil.
Assim como observado na expectativa, a maioria dos lojistas (93,23%) declarou que utilizou de alguma estratégia para aumentar as vendas na Black Friday de 2021. Dentre elas, a promoção foi a mais mencionada, com 33,03%, sendo seguida pela divulgação em redes sociais (27,83%) e pela diversidade de produtos (13,46%).
O estudo mostrou que a maioria dos lojistas já esperava vender mais no cartão de crédito, o que de fato, se concretizou. Todavia, registrando um aumento considerável, de 52,49% na expectativa para 71,43% no realizado; a segunda opção mais utilizada foi o dinheiro, com 13,16%; outros 7,89% receberam no cartão de débito. Apenas 7,52% via transferência/PIX.
A maioria dos lojistas vendeu mais no meio físico, em suas lojas, chegando a 94,74%. Os outros 5,26% declararam vendas maiores pelo meio online (internet). Entre os segmentos que mais faturaram nessa Black Friday, o de calçados/acessórios, juntamente com o de brinquedos, foram os que mais se destacaram, com cerca de R$ 50 mil de faturamento médio. O segmento de calçados ficou na 1ª posição da lista de vendas, com mais de 40% dos itens mencionados, seguido por vestuário (24,32% e R$ 31 mil) e brinquedos (16,22% e R$ 50 mil).
Metodologia
Os dados foram coletados entre os dias 4 e 14 de dezembro de 2021. A abordagem aos lojistas se deu de forma telefônica e presencial, compreendendo uma amostra de 314 empresas de diferentes segmentos, concentradas em várias regiões do DF. Para o cálculo estatístico, considerou-se um nível de confiança de 95% e margem de erro de 6%, aproximadamente.
A pesquisa busca compreender aspectos comportamentais dos lojistas, com vistas à ampliação do conhecimento sobre a data comemorativa, além de detectar variáveis quantitativas e qualitativas que influenciam o cenário econômico do setor de comércio de bens e serviços.