Francisco Maia
Presidente do Sistema Fecomércio-DF (Federação, Sesc, Senac e Instituto Fecomércio)

O coronavírus está deixando, em muito pouco tempo, seu rastro sinistro por todo o planeta. “Uma epidemia sempre é um momento de teste para uma sociedade e uma época”, nos ensina Laurent-Henri Vignaud, um historiador da Universidade de Borgonha, já calejado pela triste lição italiana. Todas as vezes que 300 pessoas adoecem em uma população de 100 mil habitantes, podemos dizer que há uma epidemia. Quando esse horror se repete em diversos países ao mesmo tempo, é o que chamamos de pandemia.

Horrores assim percorrem a história do Brasil. Em 1563, conhecemos a varíola. O padre Manuel da Nóbrega contaminou o país com tuberculose, em 1549. Depois tivemos que conviver com a febre amarela, peste negra, dengue, malária e zicavírus. A gripe espanhola foi a última pandemia moderna. Matou 50 milhões de pessoas, mas criou a necessidade de um controle planetário.

O homem descobriu o homem como agente de sobrevivência. O coronavírus está criando uma didática nova de colaboração humana. As comunidades estão percebendo que os seus Estados não podem ser eficientes, sem a participação efetiva de todas as forças vivas da sociedade. Em Brasília, a atuação dos sindicatos patronais e as federações, como a Fecomércio, que funciona como interlocutora entre a população e as autoridades do GDF é um exemplo. Nossa aliança com o governador Ibaneis Rocha foi peça decisiva para o sucesso do trabalho.

Rápido, como se exigem as ações de crise, empresários e governo realizaram grandes êxitos. Uma linha de crédito de 1 bilhão de reais para empresas filiadas aos sindicatos foi liberadas pelo BRB, com taxas e prazos especiais; o mesmo BRB, banco onde o GDF é o maior acionista, lança um pacote de emergência para clientes no exterior; sindicato dos supermercados garante abastecimento e Governador atende empresariado e libera funcionamento de saúde dentro dos shoppings. O sofrimento serve para descobrirmos que a união humana é transformadora. Essa experiência ampliou as dimensões do homem. Unidos somos mais fortes.

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