O endividamento das famílias brasilienses registrou leve aumento no mês de julho, em comparação com junho. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela Fecomércio-DF, o número de famílias com algum tipo de dívida na capital passou de 552.912 em junho para 607.082 no sétimo mês do ano. Significa que 60,5% das famílias brasilienses estão endividadas, ante 55,2% registrado em junho. No mesmo período do ano passado, a taxa de endividados era de 81,2%. Já o montante de contas em atraso registrou aumento: passou de 127.830 mil famílias para 134.776 mil.

O presidente da Fecomércio-DF, Francisco Maia, explica que o aumento dos endividados pode denotar um aquecimento do varejo, ainda que timidamente. “A reabertura do comércio, mesmo com algumas restrições, fez com que o consumidor voltasse às compras, ainda que em um patamar muito inferior ao registrado antes da pandemia. Isso justifica o leve aumento no número de endividados na capital”, explica. Sobre o número de contas em atraso, Francisco Maia explica que a renda familiar foi afetada, principalmente em função dos impactos negativos no mercado de trabalho. “Algumas pessoas estão com os salários comprometidos ou perderam o emprego por causa desse cenário incerto. Por ora, elas não terão dinheiro para pagar as contas”, conclui.

O estudo mostra ainda que 9,2% dos entrevistados estão muito endividados nas modalidades: cheques pré-datados, cartões de crédito, carnês de lojas, empréstimo pessoal, prestações de carro e seguros. Já 21,2% estão mais ou menos endividados; 30% pouco endividados; 39,2% não tem dívidas que envolvem essas modalidades. O principal causador do endividamento da população da capital do País continua sendo o cartão de crédito: 74,3%, seguido por financiamento de casa (21,8%) e financiamento de carro (19,7%). Dentre os endividados, 45,6% disseram estar comprometidos com dívidas por mais de um ano.

 A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) orienta os empresários do comércio de bens, serviços e turismo que utilizam o crédito como ferramenta estratégica, uma vez que permite o acompanhamento do perfil de endividamento do consumidor, fornecendo dados sobre o nível de comprometimento da renda do comprador com dívidas e sua percepção em relação à capacidade de pagamento.

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