Adelmir Santana – Presidente da Fecomércio-DF, entidade que administra o Sesc, o Senac e o Instituto Fecomércio no Distrito Federal.

A Companhia Energética de Brasília (CEB) recebeu na quarta-feira passada (30), após os fortes temporais que atingiram o Distrito Federal, mais de 524 reclamações por falta de luz. Segundo a própria companhia, todas as regiões tiveram problemas. Infelizmente, o apagão não é um fato isolado. Os serviços da CEB são considerados ineficientes há algum tempo. No ranking da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a companhia está entre as piores do País. Em 2012, atingiu a antepenúltima colocação (33º lugar) do ranking e em 2011 ficou na 27ª posição.

Entre os insatisfeitos com esse serviço estão os empresários dos setores de Comércio, serviços e turismo da cidade, juntamente com toda população restante de Brasília. Os constantes apagões elétricos no DF causam prejuízos também aos lojistas.Muitas vezes, o Comércio fecha, mercadorias estragam e equipamentos precisam ser trocados. O mercado imobiliário é outro na lista dos prejudicados com a burocracia e ineficiência. Um pedido de desligamento ou religação de luz demora em média três dias, o que prejudica a locação do imóvel. A transferência de titularidade de uma conta também é complicada e só pode ser solicitada pelo locador. Além disso, a CEB exige que essas demandas sejam resolvidas presencialmente, o que acarreta em ainda mais perda de tempo e dinheiro.

O mais interessante é que a CEB mantém um Conselho de Consumidores, criado justamente para estreitar as relações entre a companhia e seus clientes. A Federação do Comércio (Fecomércio) faz parte desse conselho, com representantes de outras categorias e integrantes do governo. No entanto, o órgão não tem cumprido seu objetivo e muito menos resolvido os problemas dos cidadãos e as reclamações encaminhadas pelo setor produtivo. A burocracia desnecessária da CEB prejudica a todos. É preciso repensar esse modelo de atendimento, antes que a luz se apague de vez.

Publicado originalmente no Jornal de Brasília 04/11/2013.

Brasília, 4 de novembro de 2013.

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