Pesquisa realizada pelo Instituto Fecomércio (IF-DF) mostra que 55,9% dos lojistas possuem expectativa de vendas maiores nesta Páscoa em comparação ao efetivamente vendido no ano anterior. Isso representa um aumento de 15,9% no indicador médio de vendas. Outros 42,8% esperam vendas iguais, e apenas 1,3% presume vendas menores.

Embora o otimismo dos lojistas em relação a 2023 tenha apresentado leve queda, uma vez que o índice registrado tenha sido de 65,8% naquele ano, o percentual de vendas menores se manteve inexpressivo.

Os lojistas também esperam que os consumidores gastem mais este ano. O ticket médio registrado para esta edição bateu a marca de R$244,63, expressivamente mais alto que o valor realizado em 2023 (R$144,00) – aumento de quase 70%.

Segundo o presidente do Sistema Fecomércio-DF, José Aparecido Freire, isso mostra que os empresários melhoram a percepção acerca do cenário econômico e seguem apostando nas datas comemorativas para impulsionar os negócios. “Estamos mais otimistas, mas também cientes de que temos muitos desafios a serem superados, como o alto custo do crédito no país”, analisa.

Consumidores

Entre os consumidores entrevistados, 74,8% pretendem presentear alguém nesta Páscoa. Entre eles, as mulheres demonstram maior intenção de compra, com 77%, enquanto 73% dos homens pretendem gastar. A dificuldade financeira é o principal motivo para a maioria daqueles que não planejam presentear, com 34,13%, seguido pelo desemprego (26,19%), falta de ter a quem presentear (19,84%). A mesma porcentagem se aplica àqueles que não gostam de presentear em datas comemorativas.

Já o valor que os consumidores pretendem gastar este ano diminuiu. O ticket médio desta categoria passou de R$179,01 para R$158,16 – queda de 11,7% em relação ao mesmo período do ano passado. “Provavelmente essa queda está ligada ao fato de a Páscoa, neste ano, estar mais próxima dos festejos do fim de ano e do início do ano letivo, além de compromissos com impostos como IPTU e IPVA. Vale lembrar que, no DF, mais de 80% das famílias estão endividadas e cerca de 25% estão com contas em atraso, segundo mostra pesquisa mensal da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo”, explica Aparecido.

Apesar de mais mulheres terem a intenção de compras, homens pretendem gastar mais – cerca de R$161,83, enquanto elas planejam gastar, em média, R$155,61.

Seguindo a tradição, ovos de Páscoa (48%) e chocolates/trufas (46,9%) são os produtos mais procurados na hora das compras, totalizando 94,9% das preferências. Em seguida, cestas de café da manhã (2,7%) e bolos, com (1,2%), assim como os doces (1,2%).

Quanto às formas de pagamento, compras com cartão de crédito seguem em destaque (36%), mas a maioria dos consumidores preferem quitar suas dívidas imediatamente (64%). Destes, 25,4% devem comprar com dinheiro (físico), 21,7% via pix/transferência e, por fim, 16,9% no débito. Porém, os lojistas apostam em 84,1% de pagamentos no crédito, cerca de 8,7% no débito e 7,2% no dinheiro ou pix.

Os supermercados continuam no topo dos lugares mais visitados para as compras dos presentes de Páscoa, com 41,7%. O diferencial deste ano são as lojas de ruas/bairros, que receberam 31,8% das preferências. Ano passado, a estatística era de 23,7%. Assim, as lojas de shoppings caíram de 28,1% (2023) para 19,5%. Lojas de departamento (3,5%) e outros (3,5%) vem em seguida.

A maioria dos entrevistados planejam fazer as compras da data comemorativa no período da tarde (47,1%), seguido pela manhã (30.8%) e, por último, pela noite (22,1%). Entre os dias da semana, sábado é preferido, com 37,5%, depois sexta-feira (14,9%) e domingo (14,8%). O fim de semana conquista mais da metade das intenções (52,3%).

Apenas 6,4% dos lojistas não pretendem utilizar estratégias de venda. A maioria (93,6%) planeja fazer uso de diversidade de produtos (28,53%), promoção (22,32%), divulgação e propagandas (16,38%), atendimento especial e kit de produtos direcionados (9,89% cada), vitrine temática (7,44%) e outras estratégias (5,55%). Promoções prometem atrair clientes, pois 54,5% dos consumidores indicariam uma loja por conta do desconto/promoção e 48,4% deixariam de indicar por preço alto.

Em relação aos preços dos produtos oferecidos, a maioria (62,6%) vai manter os valores na comparação com o ano passado. Outros 36,1% devem aumentar, e apenas 1,3% programa diminuir os valores. Para aqueles que irão alterar os preços, a pesquisa previu um aumento de 9,8%. A maior justificativa para o aumento de preços é o repasse de fornecedor (86,5%), seguido pelo aumento de impostos (12,1%) e adequação de oferta e demanda (1,4%). Para aqueles que optaram por diminuir os preços, as principais motivações são atrair mais clientes (60%), aumentar as vendas (20%) e ofertar promoção (20%).

Metodologia
Para a pesquisa de expectativa de compra e venda na Páscoa, foram entrevistados 508 consumidores, abordados de forma aleatória em diferentes pontos de circulação do Distrito Federal. A pesquisa entre os lojistas foi direcionada aos proprietários e gerentes de forma telefônica, totalizando entrevistados de 390 empresas de diversos segmentos, priorizando aqueles diretamente impactados pela data comemorativa para obter representatividade no universo da pesquisa. Para o cálculo estatístico, considerou-se margem de erro de, aproximadamente, 5%.

Pular para o conteúdo