Anunciada no dia 2 de março, a tão esperada licitação para a troca de cem por cento da frota de ônibus no Distrito Federal é, sem dúvida alguma, uma iniciativa importante do governo Agnelo Queiroz. Os brasilienses aguardavam há muito tempo uma resposta para a situação caótica em que se encontra o transporte público da capital, dominado por poucas empresas. A combinação de veículos sucateados, com a escassez de linhas e uma passagem cara tem pesado demasiadamente para o usuário.

Todavia, buscar a eficiência do transporte público apenas com a renovação das frotas e das empresas que prestam o serviço é insuficiente. A demanda supera em muito a oferta.A saída passa pelo caminho de desenvolver as potencialidades das nossas ferrovias e investir em projetos como o Veículo Leve sobre Pneus, que podem aumentar a capacidade do Distrito Federal de atender a população com agilidade.

No dia 8 de fevereiro, houve uma evolução nos trâmites do projeto do trem que ligará Brasília a Luziânia. Na data, o Comitê Técnico da Ferrovia, coordenado pela Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), assinou o termo de referência para contratação de estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental. Com o avanço, a previsão da Sudeco é de que o edital de licitação da outorga da concessão esteja pronto até novembro. O projeto transformará a ferrovia em mista, com transporte de passageiros além de cargas. Deve beneficiar em torno de 500 mil habitantes que vivem na região do Entorno sul do Distrito Federal.

Outra boa iniciativa como potencial para transformar a realidade do transporte coletivo do Distrito Federal é o VLP, que está em fase de implementação. A previsão do governo local é de que as obras sejam concluídas em 18 meses. A ligação entre as cidades do Gama, de Santa Maria e do Park Way ao Plano Piloto ficará integrada ao metrô na estação Asa Sul. A intenção é fazer com que os ônibus, que circularão em faixas exclusivas, deem agilidade ao sistema e atendam 600 mil pessoas. O ponto forte será a redução do tempo da viagem entre as cidades e o Plano Piloto: de 90 para 40 minutos.

Ações como essas são essenciais para solucionar problemas que se arrastam há anos e fazem com que o Distrito Federal tenha um dos piores sistemas de transporte público do País. É necessário pensar fora da caixa. A abertura do processo licitatório é um ótimo começo, mas está longe de ser o ponto final. A população do Distrito Federal carece de investimentos que aumentem a viabilidade do transporte e que gerem mais empregos. Fugir dessas iniciativas só prolongará a dificuldade enfrentada diariamente pelo cidadão, que precisa se locomover de forma eficiente.

Publicado originalmente no Jornal de Brasília – 12/3/2012

 

Brasília, 12 de Março de 2012

 

Adelmir Santana Presidente do Sistema Fecomercio-DF

 

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