Por Francisco Maia
Presidente do Sistema Fecomércio-DF (Fecomércio, Sesc, Senac e Instituto Fecomércio)
Na última sexta-feira do mês de março, no hospital Magenta, de Corbetta, uma pacata cidade italiana da Lombardia, Leonardo, com 50 dias de nascido, voltou à vida. Leo foi o mais novo ser humano do planeta que escapa do Covid-19. Quase conversou com a morte, mas o italianinho venceu o vírus. Essa pequena e comovente nota de jornal é música de esperança. Para quem foi duramente golpeado em plena batalha contra o desemprego, as falências e a morte, o exemplo de Leonardo soa como uma revelação de que um novo começo sempre pode ser possível.
Sesc e Senac, que sempre foram dois braços incansáveis para os trabalhadores e empreendedores, agora estão mutilados. No primeiro dia de abril, mês que se anuncia como o início do agravamento da pandemia no Brasil, o Palácio do Planalto envia ao Congresso uma Medida Provisória, que corta pela metade os recursos daquelas instituições sociais. Nós que sempre servimos, já não servimos para servir.
Os recursos não são os mesmos, mas a garra é redobrada. Faremos a multiplicação de esforços e daquilo que restou.
Mesmo amputados, continuamos de braços dados com nossos empresários da Fecomércio. Continuaremos tentando manter os serviços do Sesc com sua excelência. O Senac com sua experiência em educação à distancia, também está no combate. Faremos o possível para manter as refeições para os ambulantes. A Medida Provisória 932/2020, que reduz em 50% as alíquotas das contribuições compulsórias destinadas aos serviços sociais autônomos, pode ter vigor até 30 de junho de 2020. Acontece que ela faz parte de um antigo projeto de destruir o Sistema S. É uma proposta mais ideológica, que econômica. Praticamente, uma morte a muito prometida. A situação dos nossos sindicatos patronais reflete a profunda angústia que vivem; divididos entre a defesa do patrimônio e o futuro dos colaboradores. Santo Agostinho, iluminado, indica um caminho. “A esperança tem 2 filhas, a indignação e a coragem; a indignação não aceita; a coragem quer mudar”.