Comemora-se hoje, 16 de julho, o Dia do Comerciante. Homenageio os empresários e as empresárias responsáveis por uma das principais atividades da economia brasileira. Mais do que um realizador de negócios, o representante do comércio é um agente de transformação. Por meio de segmentos tão diferentes quanto turismo, alimentação, serviços, varejo e vários outros, esse empreendedor nato ajuda a transformar crises em oportunidades, incertezas em segurança e desigualdade em justiça social.
A existência de um comércio em determinada área agrega valor a uma região. Uma rua que tenha uma farmácia ou uma loja será, sempre, muito mais atrativa do que aquela que não tem nada. O comerciante ajuda o cozinheiro do restaurante do bairro a se formar e se atualizar por meio dos cursos do Senac. Da mesma forma, auxilia o comerciário e sua família com a rede de lazer e assistência social do Sesc. Todas, instituições do Sistema do Comércio.
Aos poucos, a geração de emprego e renda, junto com a disseminação do saber, vai transformando positivamente a realidade daquele lugar. A atividade comercial passa a levar o desenvolvimento. Onde antes não tinha nada, agora existe vida. Em Brasília, foi assim, da terra vermelha ao centro do poder político e econômico nacional. Tanto é verdade que a Fecomércio-DF criou um título, chamado de Mercador Candango, para homenagear os comerciantes que ajudaram e ajudam a erguer a capital da República.
Para se ter uma idéia dessa transformação da qual eu me refiro, podemos analisar os valores do Produto Interno Bruto. Ano passado, o PIB local foi de R$ 161,4 bilhões. Destes, R$ 132,3 vieram da prestação de serviços, com destaque de R$ 8,6 bilhões para comércio. O desenvolvimento é ainda mais perceptível no campo do trabalho. Mais de 60% do total de ocupados do DF trabalha nos setores de comércio e serviços. Significa que essas atividades empregam em torno de 830 mil pessoas.
Mas essa transformação social poderia ser maior se o Estado implementasse as reformas estruturais. O comércio continua sendo prejudicado pela alta carga tributária, pelo excesso de encargos e pelos elevados juros bancários, repassados ao consumidor final. Houve avanços? Sim. Quando estava no Senado fui relator da lei Geral da MPE (Super Simples), oportunidade em que foi criada a figura do Micro Empreendedor Individual. Esse mecanismo possibilitou até agora a formalização de 2,5 milhões de cidadãos, a maioria comerciantes. É uma grande conquista.
Precisamos de mais? Claro. Os séculos passaram, mas a profissão de comerciante, talvez uma das mais antigas da História, continua a ditar o modo de vida da sociedade. O Estado precisa dar mais atenção aos interesses, legítimos, dos empresários do comércio. Ajudamos a sustentar as últimas grandes transformações sociais do Brasil e queremos continuar a transformar o País, para melhor.
Publicado originalmente no Jornal de Brasília 16/07/2012,
Brasília, 16 de Julho de 2012
Adelmir Santana Presidente do Sistema Fecomercio-DF