Em novembro de 2024, o índice de endividamento das famílias no Distrito Federal registrou uma redução de 2,1 pontos percentuais em relação ao mês anterior, passando de 71% em outubro para 68,9%. Esse movimento marcou o quinto mês consecutivo de queda no endividamento. Em números absolutos, o total de famílias endividadas caiu de 752,5 mil para 731 mil no período. Em comparação a novembro de 2023, o endividamento apresentou uma redução de 11%. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic-DF), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Por outro lado, a inadimplência, que mede o percentual de pessoas com contas em atraso, apresentou leve alta de 0,3 pontos percentuais, subindo de 39,5% em outubro para 39,8% em novembro. Em termos absolutos, 3,4 mil famílias passaram a integrar o grupo de inadimplentes, totalizando 422 mil em novembro. Esse número é 111% maior que o registrado no mesmo período do ano anterior, quando havia 197,1 mil famílias inadimplentes.

O presidente do Sistema Fecomércio-DF, José Aparecido Freire, destacou que a redução expressiva no nível de endividamento, combinada com a estabilização da inadimplência em novembro, reflete a cautela dos consumidores em relação às suas finanças. “Esse movimento demonstra uma gestão mais eficiente por parte das famílias, com tentativas de controle para evitar novos endividamentos”, avaliou.

Freire também ressaltou que, apesar do cenário, o Distrito Federal registrou, ao longo do ano, aumento na massa salarial e redução no desemprego. “Esses fatores apontam para um final de ano mais positivo para o varejo em comparação a 2023, conforme já indicado nas pesquisas de expectativa para a Black Friday e o Natal”, afirmou.

No entanto, ele alertou que a alta taxa de juros, a inflação e as restrições ao crédito continuam sendo barreiras significativas para a redução do índice de contas em atraso. Aparecido acredita ainda que a injeção de mais de R$ 10 bilhões em pagamentos do 13º salário na economia do DF pode trazer impactos positivos. “Uma parcela significativa desses recursos deve ser direcionada ao pagamento de dívidas por famílias inadimplentes, contribuindo para a redução do índice de inadimplência”, concluiu.

Tipo de dívidas

Os principais tipos de dívidas das famílias no Distrito Federal refletem a predominância do consumo no dia a dia e compromissos de longo prazo. O cartão de crédito lidera com 64,1%, destacando-se como o principal meio de endividamento. Em seguida, vêm o crédito pessoal, com 14,5%, e o financiamento de casa, com 13,3%. O financiamento de veículos representa 11,8%, enquanto carnês de compras correspondem a 8,8%. Modalidades como cheque especial (4,5%) e crédito consignado (3,8%) aparecem em menor proporção, seguidas por outras dívidas (2,8%) e o cheque pré-datado, com apenas 0,3%, completando o panorama dos tipos de débitos mais recorrentes.

13º na economia do DF

Segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a economia distrital deverá receber, até o dia 20 de dezembro, cerca de R$ 10,19 bilhões a título de 13º salário. O valor é 15,53% maior que em 2023, quando foram registrados R$ 8,82 bilhões. Com uma média de valores por pessoa estimada em R$ 5.665,17, o número é 83% acima da média nacional, calculada em R$ 3.096,78.

No DF, o total da gratificação corresponde a 3,2% do total do Brasil (R$ 321,4 bilhões) e 35,36% da região Centro-Oeste. Vale ressaltar que os dados constituem projeção do volume total de 13º que entrará na economia ao longo do ano e não necessariamente nos dois últimos meses de 2024, já que o setor público paga o 13º salário no mês do aniversário do servidor. Entretanto, a maior parte é creditada no fim do ano.

Segundo os cálculos, 1,73 milhões de pessoas (mercado formal, aposentados e pensionistas) devem receber o 13º no DF, correspondente a 1,9% do total que terá acesso ao benefício no país. Na região Centro-Oeste, o DF responde por 23,6% dos beneficiários. Desses, 77,7% são celetistas ou estatutários, e 22,3% são pensionistas e aposentados do INSS.

Os valores que cada segmento receberá estão distribuídos da seguinte forma: os empregados formalizados ficam com 88,5% (R$ 9,02 bilhões), beneficiários do INSS com 7,9% (R$ 803 milhões), enquanto aos aposentados e pensionistas do IPREV-DF receberão 3,6% (R$ 364 milhões).

Os recursos acima deverão impactar as vendas no varejo, as contratações na prestação de serviços e o pagamento de dívidas. De janeiro a setembro deste ano, segundo o IBGE, o setor de comércio acumula expansão de 5,5% no volume de vendas. Já o setor de serviços teve crescimento de 4,5% no mesmo período.

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