Pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revela que o índice de endividamento de famílias do Distrito Federal atingiu 77,5%, menor patamar dos últimos 18 meses.

Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), a proporção de famílias endividadas no DF caiu tanto na passagem de maio para junho deste ano, quanto na comparação entre os meses de junho de 2022 e 2023. O resultado na capital diverge do cenário nacional, que teve alta de 0,2 ponto percentual no mês de junho em relação a maio, e atingiu 78,5% da população brasileira.

Segundo o presidente do Sistema Fecomércio-DF, José Aparecido Freire, o índice de 77,5% consolida uma tendência de queda verificada desde de março de 2023. “Esse resultado certamente foi influenciado pelo maior zelo do brasiliense com o uso do crédito, pelo novo cenário de queda da inflação e pela melhoria no mercado de trabalho formal”, avalia Aparecido.

Apesar da queda no percentual de famílias endividadas, cresceu o nível de endividamento. Isso significa que, aqueles que têm dívidas, sente-se mais endividado, principalmente pelo fato de deverem em mais de uma modalidade, como por exemplo, no cartão de crédito em combinação com um carnê de loja ou cheque especial.

A economista da CNC responsável pela Peic, Izis Ferreira, explica que o cartão de crédito e o carnê de loja foram as modalidades de dívida que cresceram ao longo do ano no Distrito Federal. Hoje, a cada 10 endividados, 2 possuem dívidas no carnê de loja. Já no cartão de crédito, a cada 10 endividados, 8 possuem dívidas nesta modalidade.

Um outro ponto que chama atenção, segundo a economista da CNC, é que uma parcela das famílias de baixa e média renda estão conseguindo honrar suas dívidas atrasadas, na comparação em 12 meses. Isso porque o índice de inadimplência caiu 4 pontos percentuais nesse período. No entanto, quase 50% desses consumidores inadimplentes estão com dívidas de mais de 90 dias. “Isso tem a ver com os juros elevados, que dificultam o pagamento da dívida mais antiga”, explica.

Outro dado positivo no DF é a diminuição da renda média comprometida com dívida entre as famílias de baixa e média renda. Passou de 30% para 23% em um ano. Isso significa que hoje, a cada R$ 1 mil reais, R$ 233 estão comprometidos com o pagamento de dívidas.

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