O endividamento das famílias brasilienses diminuiu em abril em comparação com março e caiu pela terceira vez consecutiva este ano. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela Fecomércio-DF, o número de famílias com algum tipo de dívida na capital passou de 786.885 em março para 773.227 no quarto mês do ano. Significa que 77,4% das famílias brasilienses estão endividadas, ante 78,9% em março. Já o montante de famílias com contas em atraso registrou aumento: passou de 105.919 mil famílias para 122.736 mil.
O presidente da Fecomércio-DF, Francisco Maia, explica que a queda em abril já era esperada, por causa do novo coronavírus que fechou o comércio da capital, no dia 19 de março. “O maior causador de dívidas no DF é o cartão de crédito. Com o comércio fechado e a quarentena imposta na cidade, os consumidores estão gastando menos nesta modalidade de compra. A tendência para os próximos meses é que o número caia ainda mais se a situação continuar a mesma”, conclui Maia. Em fevereiro deste ano, 92,7% dos entrevistados afirmaram estar comprometidos com o cartão de crédito, em março o índice caiu para 91,8% e agora em abril está em 86,7%. Por outro lado, o número de pessoas com contas em atraso aumentou. Segundo Francisco Maia, algumas pessoas estão com a renda comprometida, o que pode ter contribuído para o aumento da porcentagem no mês de abril. “Algumas pessoas estão com os salários comprometidos ou perderão o emprego por causa desse cenário incerto. Por ora, elas não terão dinheiro para pagar as contas e ficarão inadimplentes”, conclui Maia.
O estudo mostra ainda que 5% dos entrevistados afirmaram estar muito endividados; 14,9% mais ou menos endividados; 57,5% pouco endividados e 22,5% não tem dívidas. Dentre os endividados, 33,9% disseram possuir algum tipo de dívida há 30 dias; 38,6% entre 30 e 90 dias e 25,2% acima de 3 meses. A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) orienta os empresários do comércio de bens, serviços e turismo que utilizam o crédito como ferramenta estratégica, uma vez que permite o acompanhamento do perfil de endividamento do consumidor, com informações sobre o nível de comprometimento da renda do consumidor com dívidas, contas e dívidas em atraso, e sua percepção em relação à capacidade de pagamento.