Para levantar dados e traçar estratégias econômicas, a Fecomércio-DF solicitou uma sondagem para o Instituto Opinião Informação Estratégica, em parceria com a Sphinx Brasil, sobre o impacto da pandemia do novo coronavírus na economia brasiliense. O levantamento é atualizado diariamente, por meio de questionário aplicado por telefone. Do dia 25 de maio até a última sexta-feira (29), foram ouvidos 105 empresários. Uma das perguntas feitas foi qual a percepção de tempo dos empresários para que o mercado volte à normalidade. Na avaliação da maioria (33,7%), a normalidade só deve voltar após 10 meses ou mais. Na média, os empreendedores acreditam que vai levar 9 meses e meio para o mercado retomar a situação anterior.
Os mais otimistas (5,8%), acreditam em um prazo de 8 a 9 meses para situação se normalizar. Para 3,5%, vai levar 4 a 5 meses. E para 27,9%, tudo deve voltar ao normal em menos de 4 meses. Sobre o fluxo de clientes nos estabelecimentos após a reabertura, o sentimento também não é de otimismo: 13,3% responderam que as vendas aumentarão em função da demanda reprimida; 12,4% disseram que voltará a ser como antes da COVID-19; 30,5% afirmaram que o fluxo diminuirá por conta do medo do contato social; 40% responderam que a falta de dinheiro será preponderante para os clientes não irem as lojas e 3,8% não souberam avaliar.
Na avaliação do presidente da Fecomércio-DF, os empresários entendem o atual momento da economia e estão tomando todos os cuidados necessários para que os funcionários e clientes estejam protegidos contra a contaminação do vírus. “No dia 27 de maio, a Fecomércio acompanhou a reabertura dos shoppings da cidade. Notamos um movimento abaixo do esperado e os empresários cumpriram todas as determinações de segurança: uso de máscaras, álcool em gel, aferição de temperatura e distanciamento. Acredito que com o tempo, essas medidas gerarão confiança nas pessoas, para que voltemos a normalidade”, explica Francisco Maia.
A pesquisa reforça que, de fato, os empresários estão tomando os cuidados possíveis. De acordo com pergunta de múltipla escolha, sobre as medidas que estão sendo tomadas, 97,1% afirmaram disponibilizar máscaras para todos os colaboradores; 86,7% responderam ter álcool em gel na entrada da loja e próximo ao caixa; 25,7% afirmaram dar luvas aos colaboradores; e 21% aumentaram a limpeza constante do ambiente. O estudo mostra ainda que 62,9% dos empresários entrevistados acreditam em uma queda no faturamento no primeiro mês depois que os estabelecimentos reabrirem. Sobre as demissões, 27,6% afirmaram que tiveram que cortar o vínculo empregatício dos funcionários.
Os empresários estão tentando mudar a mentalidade e investir em novos rumos para chegar até o cliente. Segundo a sondagem da Fecomércio, 14,6% das empresas entrevistadas disseram que investiram em delivery; 15,8% acrescentaram a retirada no balcão; 12,9% entraram no mundo digital e 17% já realizavam alguns desses serviços. Neste universo, 81,2% responderam que vão continuar com essas modalidades após a pandemia. O sócio da Opinião Informação Estratégica, o estatístico Alexandre Garcia diz que o empresário deve e tem que se reinventar. Ele informa que a digitalização é indiscutível e vai mudar a jornada de muitos produtos e serviços. “Se tivermos que conviver com o coronavírus ainda por muito tempo, isso provocará mais mudanças sociais do que já estamos enxergando. A partir do momento em que se gera uma adaptação, com um modo mais seguro e conveniente, não tem motivos para voltar a ser como antes”, conclui.