Adelmir Santana

Presidente da Fecomércio-DF, entidade que administra o Sesc, o Senac e o Instituto Fecomércio no Distrito Federal.

Desde as primeiras civilizações a profissão de comerciante tem influenciado decisivamente na transformação da nossa sociedade. Antes mesmo da expansão do sistema capitalista, o Comércio já tinha lugar de destaque no mundo. Basta lembrar que a chegada dos europeus na América se deu pelo desejo de comercializar diretamente com a Índia. No Brasil, o Dia do Empresário do Comércio é comemorado em 16 de julho, data de nascimento de José da Silva Lisboa, o Visconde de Cairu.

Ele foi uma figura histórica do Brasil Colônia, responsável, entre outras iniciativas, por convencer Dom João VI a abrir os portos brasileiros para as atividades mercantis. Mais do que um economista e um político, José da Silva Lisboa foi um visionário. Certamente, a independência política brasileira não teria sido conquistada se não houvessem condições econômicas para o desenvolvimento do Brasil. Essas condições foram construídas, em parte, graças à influência de Silva Lisboa a favor do Comércio. Com tantos exemplos importantes, é surpreendente que o empresário do Comércio continue sendo prejudicado pela alta carga tributária, pela burocracia, pela insegurança jurídica e pelos elevados juros bancários. Infelizmente, vivemos em um País onde ter o próprio negócio significa superar uma avalanche de dificuldades.

Em qualquer nação um pouco mais competitiva, o Estado não desperdiça o tempo do empresário ou do consumidor. Eles querem que o empreendedor tenha espaço para investir na produção, trabalhar e gerar emprego. A vocação do empresário é produzir. O governo, por sua vez, precisa eliminar os entraves. E mesmo com esses desafios, tenho certeza que o comerciante acorda todos os dias disposto a atender bem o seu cliente. Por toda essa coragem, honestidade e trabalho, ele merece mais do que os nossos parabéns. Merece que as reformas capazes de impulsionar a economia do País saiam definitivamente do plano das ideias e se tornem realidade.

Publicado originalmente no Jornal de Brasília 14/07/2014.

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