Dívidas e consumo

A família brasiliense está endividada e numa porcentagem acima da média. Apesar de preocupante, essa não é, necessariamente, uma característica negativa. A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor do Distrito Federal, divulgada na semana passada pela Fecomércio-DF, explica os motivos dessa afirmação.

O levantamento evidencia um crescimento exponencial no número de famílias com algum tipo de dívida, mas também mostra uma redução significativa na parcela de endividados com contas em atraso. Isso revela que boa parte da população possui débitos, mas poucos têm deixado de honrar os seus compromissos no fim do mês.

Em janeiro de 2013, o DF atingiu a marca de 634.863 famílias endividadas ou 85,7% do total. No mesmo período do ano anterior, em 2012, esse universo era de 461.245 famílias (62,35%). Com condições mais acessíveis de financiamento para diversos estratos da população, um número maior de pessoas tomou empréstimos para adquirir produtos como automóveis, roupas e eletrodomésticos.

Esse movimento ajudou a aquecer o mercado interno e movimentou a economia nacional. Essa tendência seria negativa se a inadimplência também tivesse crescido na mesma proporção. No entanto, o percentual de endividados com contas em atraso diminuiu em Brasília, saindo de 127.919 em janeiro de 2012, para 66.172 em janeiro de 2013. O número de pessoas sem condições de pagar os débitos também caiu, de 20.910 famílias para 8.034.

Mas qual a causa de um endividamento maior na capital do Brasil? A resposta está no contingente elevado de servidores públicos, que têm mais estabilidade no emprego e, por isso, uma capacidade maior de comprometimento da renda. O mais importante nessa equação toda é não perder o equilíbrio do orçamento e evitar, sempre que possí- vel, os juros do cartão de crédito – que tem sido o principal tipo de dí- vida contraída pelas famílias.

 

Adelmir Santana – Presidente da Fecomercio-DF, entidade que administra o Sesc, o Senac e o Instituto Fecomércio no Distrito Federal.

Brasília, 28 de janeiro de 2013

Publicado originalmente no Jornal de Brasília 28/01/2012

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