O endividamento das famílias brasilienses registrou a segunda alta consecutiva, desta vez no mês de dezembro, em comparação com novembro de 2020. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela Fecomércio-DF, o número de famílias com algum tipo de dívida na capital do País passou de 590.253 em novembro para 591.180 em dezembro do ano passado. Isso significa que 61,8% das famílias brasilienses estão endividadas, ante 58,4% em novembro. No mesmo período do ano retrasado, a taxa de endividados era de 79,7%. O montante de contas em atraso registrou aumento: passou de 163.155 mil famílias para 170.198.
O estudo mostra ainda que o principal instrumento de endividamento da população da capital do País continua sendo o cartão de crédito: 67,9%, seguido por financiamento de casa (21,2%) e financiamento de carro (19,7%). O presidente da Fecomércio-DF, Francisco Maia, explica que o consumo dos brasilienses está mais cauteloso, por conta da pandemia, mas mesmo assim, os últimos meses do ano denotaram maior disposição dos consumidores a comprar bens duráveis, como automóveis e imóveis. “Quando comparado com dezembro de 2019, notamos, naturalmente, que as famílias frearam o consumo. Muita gente perdeu o poder de compra no ano passado. Entretanto, nos últimos meses de 2020, o estudo mostra que os brasilienses voltaram a consumir, usando parcelamento e o cartão de crédito: que será um instrumento muito importante para a retomada da economia brasiliense e do País, como um todo”, destaca Maia.
A pesquisa divulgada pela Fecomércio-DF mostra ainda que dentre os endividados, 49,9% disseram estar comprometidos com dívidas por mais de um ano. Já 11,9% afirmaram ter dívidas entre 6 meses e 1 ano. Dividas com até 3 meses registrou um total de 15,4% dos entrevistados. A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) orienta os empresários do comércio de bens, serviços e turismo que utilizam o crédito como ferramenta estratégica, uma vez que permite o acompanhamento do perfil de endividamento do consumidor, com informações sobre o nível de comprometimento da renda deste público com contas e dívidas em atraso, além da percepção em relação à capacidade de pagamento.