Adelmir Santana

Presidente da Fecomércio-DF, entidade que administra o Sesc, o Senac e o Instituto Fecomércio no Distrito Federal.

No Brasil, tudo é deixado para última hora. Talvez essa seja a principal imagem propagada até aqui em relação à Copa do Mundo de 2014. Faltam poucos dias para a realização do mundial e cinco estádios ainda não ficaram prontos. No mínimo, isso mostra uma demora. Revela também falta de planejamento e ineficiência do governo. Mas os problemas não param por aí.

As obras de mobilidade urbana não saíram do papel, os aeroportos permanecem caóticos e os sistemas públicos de saúde e segurança estão em crise. A partir disso e do que ainda virá pela frente, pode surgir uma das piores leituras internacionais para o Brasil: a de um país atrasado no sentido de uma nação pouco ou quase nada desenvolvida.

Essa é a imagem que ninguém quer transmitir para o resto do mundo. Primeiro, porque somos patriotas e trabalhamos para o País dar certo. Segundo, porque do ponto de vista econômico e social, essa é uma propaganda muito ruim para a nação. Afugenta investimentos, cria instabilidades, afeta o turismo, enfraquece a moeda nacional e apenas reforça os nossos estereótipos. O importante agora é o governo honrar os seus compromissos, garantir a realização de uma Copa segura e minimizar ao máximo os transtornos que serão enfrentados pela população e pelos turistas.

Ainda é possível reverter esse jogo, sobretudo se o Estado sair da letargia atual e colocar a máquina para funcionar. Desde o princípio, o Comércio se preocupou em capacitar os seus funcionários para receber bem os visitantes, de forma prestativa e com qualidade. Acredito que esse é um caminho a ser seguido. Quem visitar o Brasil durante a Copa e for bem atendido, não tiver problemas de ordem pública, com certeza irá regressar. Se a competição transcorrer de forma organizada, nós já teremos levantado uma taça de campeão. Mas se faltar civilidade e sobrar corrupção e violência aí nós teremos reforçado a pior das imagens: a de um País verdadeiramente atrasado.

 

Publicado originalmente no Jornal de Brasília 27/01/2014.

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