As medidas de isolamento social no DF foram prorrogadas até o dia 3 de maio. A decisão foi publicada na quarta-feira (1), em edição extra do Diário Oficial. De acordo com o GDF, a medida visa a conter a proliferação do novo coronavírus na capital federal. Isso significa que o comércio ficará fechado por mais um mês. Entre as novidades está a reabertura das praças de alimentação para atendimento nas feiras permanentes da cidade, seguindo as recomendações necessárias, como a distância de dois metros entre os clientes. Museus, academias, boates, shoppings centers, bares e restaurantes e outros segmentos vão ter que manter as portas fechadas.
O presidente da Fecomércio-DF, Francisco Maia, diz que a maior preocupação da Federação é com o pequeno negócio, que precisa se planejar para conseguir chegar até o final da crise. Ele explica que a entidade está ciente da dificuldade e está mantendo diálogo com o governo e com as secretarias para amenizar o problema para o comércio. “A dificuldade será enorme. Estamos prevendo mais impactos nos setores de comércio, serviços e turismo da cidade”, diz. Apesar das dificuldades, Francisco Maia informa que a Federação está trabalhando para amenizar os efeitos negativos na economia e mantendo diálogo constante com o GDF. “Temos conseguido um diálogo muito positivo. Solicitamos que alguns setores fossem abertos, como as praças de alimentação das feiras, que foi um pleito nosso, e o governo atendeu. Também estamos realizando pesquisas e tentando viabilizar uma melhora para o empresário nesse momento”, explica.
Segundo Francisco Maia, a situação é muito complicada e difícil, mas a solução, no sentido de dar segurança para a população, é adotar medidas de contenção do vírus. “O GDF está seguindo as ordens da Organização Mundial da Saúde. Acredito que é necessário também um projeto para que a economia volte ao normal o mais rápido possível, os empresários estão se sentindo desamparados”, conclui o presidente da Fecomércio-DF.
Já o presidente do sindicato que representa bares, restaurantes e hotéis da cidade (Sindhobar), Jael Antonio da Silva, diz que o tempo de vida estimado para um estabelecimento da área sobreviver sem receita é de no máximo 15 dias. Ele explica que será um caos. “Com o decreto até o dia 3 de maio, são 45 dias fechados, já que delivery e takeout não segura ninguém”, diz. Jael reclama da falta de medidas que possam ajudar o empresário, que segundo ele, terá que fechar as portas. “Nenhuma medida foi tomada até agora para sustentar os empreendimentos. Temos que começar a pensar nisso. Uma ideia é que os estabelecimentos funcionem com 50% da capacidade e que todos os funcionários façam teste para o vírus”. Sobre a arrecadação de impostos, o setor de bares e restaurantes é um dos maiores responsáveis pela arrecadação do governo. “Só no ano passado foram cerca de R$ 6 bilhões. O próprio GDF estima um prejuízo de R$ 2 bilhões para este ano”, informa.