Desvio de recursos públicos, fraude em licitações, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta são crimes sobre os quais o brasileiro já se acostumou a ouvir falar ou ler a respeito. Essa é uma triste realidade. Isso se deve ao fato de que todos esses delitos estão de alguma forma associados à corrupção, um mal que se tornou uma verdadeira chaga no Brasil. Na semana passada, a Polí- cia Civil do DF desmontou um esquema na Fundação de Apoio à Pesquisa, órgão ligado à Secretaria de Ciência e Tecnologia. Seis suspeitos foram presos. Na mesma investigação, foram reveladas concorrências públicas adulteradas.Tudo isso surpreendeu e entristeceu os empresários da cidade. Lamentavelmente, parece que a cada dia um novo foco de corrupção é descoberto. Em qualquer caso, o que se observa é uma tentativa de corromper a sociedade. A corrupção destrói valores éticos e morais, dissemina a violência e promove a ilegalidade.
O Brasil perde anualmente em torno de R$ 80 bilhões por causa dos roubos aos cofres públicos. Esse rombo deixa de garantir a saúde pública, a educação de qualidade, a habitação, a segurança, o transporte eficiente e a proteção social, entre outros direitos. Em última instância, é um dinheiro que sai do bolso do cidadão e que no meio do caminho é desviado para o bolso de criminosos. É preciso acabar de uma vez por todas com esse mal.
A Federação do Comércio do DF criou no ano passado um grupo de combate à corrupção e apresentou alguns eixos para essa luta, como a sugestão de fortalecimento dos órgãos de prevenção e a revisão da legislação para que os crimes tenham suas penas agravadas. Além disso, é imperativa a realização das reformas política e tributária. A manifestação da Fecomércio teve o apoio de oito senadores da República, integrantes da Frente Suprapartidária de Combate à Corrupção. Todos concordam que silenciar ou se omitir, neste grave momento, é ser conivente. A luta precisa ser diária e a transparência deve ser um pré-requisito em qualquer instituição.
Publicado originalmente no Jornal de Brasília 19/11/2012,
Brasília, 19 de novembro de 2012
Adelmir Santana Presidente do Sistema Fecomercio-DF