Adelmir Santana

Presidente da Fecomércio-DF, entidade que administra o Sesc, o Senac e o Instituto Fecomércio no Distrito Federal.

Na semana passada, vivenciamos dias de verdadeiro caos no trânsito. O brasiliense enfrentou engarrafamentos quilométricos, paralisações de rodoviários, ônibus quebrados, acidentes de carro, pane no metrô, brigas nos semáforos e alagamento nas vias. O problema é que não foi somente na semana passada. Essa situação se repetiu, praticamente, nos últimos 12 meses ou mais. Trata- se de uma falha estrutural. O modelo de transporte urbano brasileiro é ineficiente e enquanto não houver uma mudança de cultura, de comportamento, não poderemos falar em mobilidade urbana no País. Fica até difícil fugir do chavão, mas imagine como será na Copa?

Para ir além, pense em como estaremos em uma década? Se continuarmos focados em automóveis, a resposta é simples. Estaremos parados.Mas se o Brasil investir em modelos mais sustentáveis pode haver uma solução. Às vezes, essas alternativas são até mais baratas. Em Berlim, por exemplo, um grupo de jovens viabilizou um sistema gratuito de compartilhamento de bicicletas.Basta entrar em um site, pegar o endereço do local de entrega da bicicleta e a senha do cadeado. O único compromisso do usuário é se cadastrar no portal e devolver a bicicleta no mesmo endereço. Doações são bem-vindas para ajudar a manter o projeto vivo, mas não são obrigatórias.

Essa foi apenas uma ideia. Existem milhares de outras formas de desafogar o trânsito de uma cidade.Em Brasília, especificamente, é preciso implantar o Veículo Leve Sobre Pneus (VLP) e o Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT). Isso é fundamental.Ambos são importantes e ainda não saíram do papel. É necessário também expandir o metrô, ampliar as ciclovias, moralizar o transporte público de ônibus de uma vez por todas e integrar o sistema.Só que para tudo isso acontecer a população precisará abandonar a cultura do automóvel e cobrar mais eficiência do governo. Caso contrário, o tempo vai passar e nós continuaremos presos no trânsito.

Publicado originalmente no Jornal de Brasília 24/02/2014.

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