As medidas para amenizar a pandemia do novo coronavírus não param. Em um esforço conjunto, as instituições do Sistema Comércio (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, Sesc e Senac) oficializaram um pacote de ações ao governo federal, através de carta protocolada na sexta-feira (20), ao Presidente da República, Jair Bolsonaro, ao Ministro da Economia Paulo Guedes, e ao Ministro da Saúde, Luiz Mandetta. O valor estimado das ações por essas instituições prevê uma ajuda de R$ 1 bilhão que poderá ajudar no combate ao Covid-19 (novo coronavírus). A proposta prevê a aquisição e disponibilização de respiradores e outros equipamentos necessários para o tratamento de infectado, mobilização para para arrecadação de alimentos além de colocar à disposição do SUS (Sistema Único de Saúde) diversos profissionais da área de saúde e assistência social.
As ações a serem executadas prioritariamente ao longo dos próximos três meses (Abril, Maio e Junho) pelo Sistema Comércio, por meio da atuação do Sesc e do Senac, tem o objetivo de contribuir para o combate da pandemia do coronavírus em todos os sentidos. De acordo com a carta enviada ao presidente da república, o Sistema se propõe também a mobilizar as redes de supermercados, restaurantes, bares e outros doadores para a coleta e distribuição de alimentos para instituições sociais, por meio do programa Mesa Brasil Sesc, de abrangência nacional. O projeto recebe a doação de donativos e distribui para quem precisa.
IMPACTOS DO CORTE PARA A SOCIEDADE
Atualmente, o Sesc e o Senac estão presentes em mais de 2.400 municípios, prestando atendimentos nas áreas de educação, saúde, esporte, lazer, cultura, assistência, programa de distribuição de alimentos, atuando, muitas vezes, onde o poder público não consegue chegar. De acordo com Tadros, se for confirmado o corte de 50% na verba destinada ao Sistema do Comércio, haverá, somada ao caos dos impactos do coronavírus, mais uma perda para grande parte da população, com o encerramento de 50% das unidades, para adequação ao corte anunciado pelo governo federal. “Além da redução dos atendimentos em razão da diminuição das unidades disponibilizadas, haverá a necessidade de adequação das unidades restantes a um cenário de receita operacional reduzida, o que prejudicará, sobremaneira, todos os trabalhadores brasileiros que têm no Sesc e no Senac a referência de desenvolvimento profissional é proteção social”, explicou o presidente da CNC.
O corte da verba foi uma medida desenhada no âmbito do grupo de monitoramento dos impactos do Covid-19. O Ministério da Economia estima injetar R$ 2,2 bilhões na economia ao reduzir em 50% as contribuições ao Sistema S por três meses. “Estamos falando de colocar no mundo dos desempregados mais de 55 mil cidadãos, o que, de imediato, causará impactos negativos nas economias dos respectivos estados, municípios e no próprio governo federal. Vale lembrar que, neste cenário de crise sem precedentes, não haverá expectativa de reinserção dessa mão de obra no mercado de trabalho, passando tais trabalhadores a aumentar o índice dos desalentados da sociedade”, disse Tadros. Com o corte, todos os investimentos das nossas instituições serão suspensos, agravando ainda mais o cenário da crise econômica”, defendeu Tadros.
IMPACTOS DO CORTE PARA O EMPRESÁRIO DO COMÉRCIO
De acordo com a carta enviada ao presidente da república, a redução de 50% na contribuição para o Sesc e o Senac, proposta pelo governo em nada amenizará os impactos da crise, pois, conforme dados contábeis das empresas contribuintes (cerca de 600 mil de médio e grande portes), a economia mensal será em torno de 350 reais por empresa, não representando, assim, uma economia expressiva que justifique a desconstrução de todo um sistema que trabalha com foco no desenvolvimento dessas empresas e seus trabalhadores. “Ressaltamos que, no atual cenário da crise que estamos vivendo, o Sistema Comércio, naturalmente, já perderá em torno de 20% de suas receitas, na melhor das expectativas, e não suportará uma outra redução que abarcam mais 50% do que lhe restou”, disse Tadros.
CONHEÇA AS PROPOSTAS ENVIADAS AO GOVERNO FEDERAL
1 – Colaborar na identificação da abrangência do número de infectados no Brasil e no apoio à instrumentalização dos profissionais de saúde, por meio da aquisição e distribuição de materiais necessários à prevenção e ao combate à pandemia, em conformidade às orientações dos órgãos governamentais de saúde.
2 – Em caráter emergencial, mobilizar as redes de supermercados, restaurantes, bares e outros doadores para a coleta e distribuição de alimentos para instituições sociais, por meio do Projeto MESA BRASIL, de abrangência nacional.
O Mesa Brasil SESC é uma rede nacional de bancos de alimentos contra a fome o desperdício. Seus objetivo é contribuir para a promoção da cidadania e a melhoria da qualidade de vida de pessoas em situação de pobreza, em uma perspectiva de inclusão social. Trata-se essencialmente de um programa de Segurança Alimentar e Nutricional, baseado em ações educativas e de distribuição de alimentos excedentes ou fora dos padrões de comercialização, mas que ainda podem ser consumidos. Hoje o programa atende diariamente a uma rede de aproximadamente 6.000 instituições em todos os estados brasileiros.
3 – Disponibilizar as unidades do Sesc e do Senac, incluindo 50 Unidades Móveis, para ampliação e interiorização das ações de atenção primária à saúde, tais como: vacinação, coleta de sangue, ações gerais de prevenção, dentre outras.
4 – Desenvolver e ofertar programações, gratuitamente, para mobilização da sociedade em geral e/ou para capacitação de profissionais da área de saúde, em consonância com as demandas e prioridades do Sistema Único de Saúde, por meio das plataformas digitais de ambas as instituições (Sesc e Senac).
5 – Aquisição e disponibilização de respiradores e outros equipamentos necessários para o tratamento de infectados. O valor estimado a ser destinado para as ações sugeridas é em torno de R$ 1.000.000,00 (Um bilhão de reais), que corresponde a 50% da contribuição compulsória do Sesc e Senac em três meses.