A primeira edição de 2023 do projeto Café com Embaixador reuniu o representante do Marrocos, Nabil Adghoghi, instituições e empresas de fomento da cultura de internacionalização de negócios do Brasil, no auditório da Fecomércio-DF, nesta quinta-feira (26).

Idealizado pelo Instituto Jovem Exportador (IJEx), com patrocínio da Fecomércio-DF, o encontro recebeu jovens empresários brasilienses que despontam no mercado nacional e internacional para apresentarem seus cases de sucesso. Participaram do evento integrantes da Confederação Nacional do Comércio do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), dos Correios, da Secretaria de Relações Internacionais do Distrito Federal e da Câmara de Comércio Brasil-Oriente.

Segundo Adghoghi, ao apresentar seus produtos no evento, os empreendedores dos ramos de cafés especiais, chocolate, alho doce e utensílios de madeira reflorestada demonstraram potencial de exportação de seus produtos para o Marrocos. Empresários de outros segmentos e estudantes que estiveram presentes puderam se familiarizar com o tema, além de trocar experiências com os palestrantes.

O embaixador ressaltou que há um grande esforço entre os dois países para seguir fortalecendo as relações comerciais. Ele explicou que as transações triplicaram nos últimos seis anos e atingiram U$ 3 bilhões em 2022. Nesse período, Brasil e Marrocos trabalharam para melhorar o marco jurídico e assinaram acordos de cooperação nas áreas de facilitação de investimento, certificação sanitária e outro pelo fim da bitributação nos serviços aéreos e marítimos.

“Em maio assinaremos mais um importante acordo, que facilitará o comércio de produtos agrícolas”, disse Adghoghi. Ele aproveitou o encontro para convidar o empresariado brasileiro a participar da maior feira agrícola do Marrocos, organizada com apoio dos governos e da Câmara de Comércio Árabe Brasileira. O evento acontecerá de 2 a 7 de maio, na cidade de Meknes.

Durante o Café com o Embaixador, representantes dos Correios falaram sobre o programa Exporta Fácil, que permite a pessoas jurídicas exportem seus produtos de forma simples. Ao contratar serviços da empresa pública, as empresas tem seus negócios desembaraçados e todas as questões burocráticas resolvidas com a Receita Federal, permitindo que o todo o processo de exportação seja otimizado.

O presidente do Sistema Fecomércio-DF, José Aparecido Freire, disse que a parceria com IJEx é estratégica para o Distrito Federal e região. Ele ressaltou a criação do Departamento de Relações Internacionais da Fecomércio-DF, que se encontra em processo de estruturação. Os trabalhos nessa área terão apoio da CNC.

“Aqui estão mais de 200 representantes oficiais de países que possuem relação com Brasil. Temos de aproveitar essa grande oportunidade de fazer com que os produtos brasilienses ganhem o mundo”, diz Aparecido”, frisou Aparecido.

O presidente do IJEx, Ronan Pires, destaca que o instituto é um facilitador do processo e de experiências internacionais. “Trabalhamos para sensibilizar os jovens empresários, mostrando que exportação não é uma coisa tão complicada. A concorrência costuma dizer isso para quem está começando, mas nós estamos aqui atuando no processo de informação e instrução”, finalizou. 

Cases de sucesso

Natteca
A empresária Daniela Borges explica que a empresa trabalha com madeira reflorestada, da espécie teca, de origem asiática. A plantação, que fica no sul do Pará, produz madeira e exporta o produto bruto principalmente para a Índia. O que Daniela faz é utilizar a sobras para fabricação de produtos com valor agregado, como utensílios domésticos e peças de design. A marca, que já se apresentou no Casa Cor, hoje movimenta o mercado brasiliense.

 

B Caffé – Clube Brasil Café
O italiano radicado no Brasil, Antonello Monardo, apresentou o Clube Brasil Café durante o encontro com empresários. Ele explicou que negócio funciona nos mesmos moldes dos já conhecidos clubes de assinatura de vinho. Ele oferece assinaturas com marcas de cafés de diferentes partes do Brasil. A primeira entrega vem acompanhada de um moedor, já que o sacos de 250 enviados mensalmente são com grãos torrados, e não moídos. Segundo ele, o projeto era para ter sido levado para Itália, mas a pandemia atrasou os planos. Pelas pesquisas realizadas, ele confirma que não há nada parecido com isso na Europa, por enquanto.

Aguimar Ferreira Bombons Finos
Os bombons finos e os chocolates produzidos por Alexandre Aguimar Ferreira são um sucesso em Brasília. Ele começou em 2009, de forma artesanal, e hoje produz até uma tonelada por mês. São diversas opções, entre elas chocolate com caramelo e flor de sal e até sabores típicos brasileiros, como cupuaçu, pequi, castanha de baru e frutas especiais. Além de abastecer o mercado local, ele já possui pontos de vendas em nove estados do Brasil. A participação dele no Café do Embaixador é uma oportunidade para seguir com seu processo de expansão dos negócios.

Brazil Society Brands, il Caffè Ricordi
O empresário Francisco Wander conta que suas lavouras de café estão em Minas Gerais, mas a empresa foi criada em Brasília porque mora na capital há mais de 20 anos. Hoje seu principal mercado é aqui, onde abastece mercados e bistrôs gourmets, além atuar na área de e-commerce atendendo em todo o Brasil. As exportações, por enquanto, são pequenas, pois Wander trabalha com produtos acabados e prontos para o consumo. Ele envia para Europa e Estados Unidos remessas por meio do Exporta Fácil, dos Correios, desde 2018. Os próximos passos estão voltados para a exportação de sacas de café. Para isso, ele diz que precisa de uma vitrine internacional mais estruturada, com apoio das autoridades brasileiras.

Doce Alho
O engenheiro agrônomo Vinicius Silva, CEO da Doce Alho, explica que empresa nasceu em Brasília depois que retornou de uma viagem à Espanha. Ele começou tentando desenvolver o produto dentro de casa, de forma artesanal, em 2017. Em 2020 os negócios se consolidaram e o empresário conseguiu criar sua rede de abastecimento a restaurantes e pessoas físicas. Em seguida, abriu um quiosque no Park Shopping, em 2022, e agora tenta expandir para pontos de vendas em supermercados e atacados. O Doce Alho demora até 60 dias para ficar no ponto. O produto in natura passa por um processo de maturação dentro de estufas, com umidade e temperatura controlada, até perder acidez e se tornar adocicado. Ao final desse processo, vira matéria prima para pastas, doces e até sorvete. O próximo desafio será fundir alho e chocolate, diz o empresário.

Açaí Motion
Em 2019, o empresário Rafael Aun Ming decidiu criar um produto totalmente diferenciado de todo e qualquer outro existente no mercado nacional. A bebida energética que mistura açaí e guaraná não possui taurina nem cafeína sintática, ao contrário da maioria comercializada atualmente. O Açaí Motion é equilibrado em vitamina de complexo b e também possui redução de açucares. O sucesso fez com que o produto chegasse a 17 países, e agora está prestes a abastecer outros 50 nos próximos meses. Além de produzir internamento o produto acabado, pronto para consumo, Aun Ming explica que, para reduzir custos com logística, começou a envazar a bebida no México e, em breve, nos Estados Unidos, Emirados Árabes, Japão e Angola. Ele acredita que o projeto Café com o Embaixador será importante no processo de otimização dos custos logísticos e fazer com que produtos nacionais ganhem mais espaço mundialmente.

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