Por Francisco Maia
Presidente do Sistema Fecomércio-DF (Fecomércio, Sesc, Senac e Instituto Fecomércio)
Há momentos em que a sociedade, tomada de pânico, se desvia da ciência, esquece a sobrevivência e não obedece às autoridades sanitárias e governamentais. O poder de destruição da pandemia do Covid-19 chegou incontrolável. Talvez a disciplina das pessoas às instruções de saúde pública poderia ter suavizado a sangria de mortes, falências e desemprego, que a infecção do coronavírus instalou na população.
Hoje, a nação vive mergulhada em um prejuízo de R$ 478 bilhões. Segundo o banco BTGPactual, é o valor das medidas econômicas anunciadas pelo Ministério da Economia para enfrentar a pandemia. Em meio a essa monstruosa tragédia, temos o desgosto de mais de 2 mil mortos e 30 mil contagiados, com a angústia de saber que a vida convive com uma mortalidade, nesse instante, de 5,8 %. Fora a contabilidade do fantasma da morte, o Brasil participa da tragédia dos vivos. A retração, na economia, segundo o FMI, será à volta de 5,3 %, mais R$ 25 bilhões de perdas no comércio e, de acordo com a FGV, quase 13 milhões desempregados, o que eleva a taxa a 23,8 % da força de trabalho. Enfrentar graves momentos movidos pelo lamento e improvisação sem o socorro da ciência, é como estar em navio sem rumo, sem nunca ter certeza de onde chegar.
Sabemos que a ciência nos levará ao bom porto. O ministro da Ciência, ex-astronauta Marcos Pontes, já garante primeiros estudos para um eficaz remédio novo produzido no Brasil. De acordo com o ministro, o nome do medicamento será mantido em sigilo até o final dos testes clínicos. O mundo investiu na produção da vacina para o Covid-19 para destruir o desafio à ciência. Cientistas brasileiros entraram nessa corrida. Uma competição de bilhões de dólares que pretende cruzar à linha de chegada em 2021. Até mesmo a Organização Mundial de Saúde também disse que a imunização deve acontecer ano que vem. É a força do poder da ciência que aceita o desafio desse algoz da humanidade. Um poder que só existe, quando utilizado na defesa do conhecimento e da vida.