Por Francisco Maia

Presidente do Sistema Fecomércio-DF (Fecomércio, Sesc, Senac e Instituto Fecomércio)

A maior arma, involuntária, que o operariado brasileiro tem nas disputas com a classe empresarial é sua baixa produtividade. Mais grave ainda, a grande tragédia é a hipótese de que a economia brasileira esteja se acomodando a um padrão de baixo nível de mão de obra que não tem como ser resolvido pela pressão do mercado. Hoje vivemos a denúncia de que o desenvolvimento econômico do Brasil, nesse momento de retomada, deve ser sabotado pela má formação técnica de seus trabalhadores.

A estrutura oficial de educação não dá conta de abastecer o mercado de profissionais bens treinados. A sociedade socorre- se da ajuda do serviço social do empresariado através do Sistema S. Órgãos como o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) têm uma capacidade extraordinária de sucesso. Em Brasília, por exemplo, enquanto o governo disponibiliza 10 mil vagas de ensino profissionalizante, o Senac registra 7 mil matrículas comprovadas. Esse é um patrimônio que, em nome do desenvolvimento industrial e do comércio, a sociedade deve lutar para que o governo preserve.

Pode não ter havido no país uma explosão meteórica chinesa. Mas o fato é que a economia brasileira teve nos últimos dez anos o maior crescimento desde 1970. As empresas investiram, cresceram, e consequentemente precisaram de mais trabalhadores. Em oito anos, até 2010, o Brasil criou quase 18 milhões de empregos com carteira assinada, um aumento de 68%. Acontece que já carregávamos o ovo da serpente: metade dos trabalhadores brasileiros não completou nem o ensino fundamental. Muito menos, uma boa formação técnica. É o apagão de mão de obra qualificada. Como bem ensina nosso bom professor José Pastore,mestre da USP, “no Brasil formou-se um des e n co n t r o “. Um enorme desencontro entre a escola e o trabalho. Que é um descompasso que afeta o crescimento do país.

 

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