Em reunião extraordinária de Diretoria realizada no fim da tarde desta segunda-feira (7), o presidente do Sistema Fecomércio no Distrito Federal, Adelmir Santana, anunciou a sua renúncia aos cargos que ocupa no Sistema. Adelmir afirmou que cumpriu as tarefas que lhe foram delegadas e que sai com o sentimento de missão cumprida, tendo presidido a Fecomércio, o Sesc, o Senac e o Instituto Fecomércio no DF pelos últimos 17 anos.
No entendimento de Adelmir Santana, é preciso renovar o Sistema e promover alterações para gerir ainda melhor as entidades. Porém, ele reconhece que está há tempo na presidência, além de ter perdido a eleição para presidir a CNC, o que era uma das principais justificativas para sua reeleição. Por isso, prefere deixar o cargo e continuar a colaborar como empresário do setor.
No lugar de Adelmir, assume interinamente a presidência do Sistema Fecomércio-DF o primeiro vice-presidente, Francisco Maia. Segundo o Estatuto da Fecomércio, o presidente interino deve convocar nova eleição, no prazo de 30 dias, a contar da data da vacância, para escolher, dentre os membros efetivos da Diretoria, o novo presidente para completar o mandato. Além de primeiro vice-presidente, Francisco Maia é presidente do Sindicato das Empresas de Promoção de Eventos do DF (Sindeventos) e presidente da Câmara de Turismo e Hospitalidade da Fecomércio.
Leia abaixo a íntegra da carta de renúncia do presidente Adelmir Santana
Assumi a presidência da Fecomércio, do Sesc, do Senac e do Instituto Fecomércio no Distrito Federal há 17 anos. Desde então tenho feito, com a inestimável colaboração e apoio de diretores, conselheiros e colaboradores, o melhor que posso para fortalecer nossa entidade representativa e incrementar os relevantes serviços prestados, pelo Sesc e pelo Senac, aos trabalhadores do setor e aos brasilienses nas áreas da educação, da formação profissional, da cultura, do esporte e da assistência e proteção social.
Não vou apresentar aqui um relatório do que foi realizado por nossas sucessivas gestões desde 2001, pois não é o objetivo dessa reunião e não quero cansá-los. Vou ressaltar apenas alguns números que demonstram o quanto foi possível fazer pelo Sistema Fecomércio.
No Sesc, aumentamos os investimentos em 594 por cento e aumentamos a área construída em 666 por cento, nesses 17 anos. Todos os indicadores de desempenho demonstram enorme crescimento e ampliação dos serviços prestados pelo Sesc nesse período.
No Senac, ultrapassamos em 2018 a marca de mais de um milhão de alunos matriculados. A instituição oferece hoje mais de 300 cursos nos níveis básico, técnico e tecnológico. Nos últimos 17 anos, implantamos uma editora, quatro novas unidades físicas, uma faculdade, quatro restaurantes-escola e um programa de educação a distância.
No Instituto Fecomércio, nosso trabalho de integração entre empresa e escola serve hoje de modelo para outras federações. Desenvolvemos pesquisas que servem de suporte para os setores de comércio e serviços, oferecemos cursos para o empresariado e facilitamos o ingresso de jovens no mercado de trabalho.
E na Fecomércio, participamos efetivamente da criação de todos os órgãos ligados ao setor produtivo brasiliense. Por meio de um diálogo constante com representantes dos Três Poderes, foi possível criar planos de financiamento, regularizar comércios, instalar áreas de desenvolvimento e defender a geração de negócios e a desburocratização do Estado. Além disso, criamos câmaras setoriais para promover o turismo, projetos estruturantes e a tecnologia e a inovação. Elaboramos, inclusive, uma marca para Brasília e estudos para orientar sucessivos governos.
Posso dizer, com a consciência tranquila, que tenho cumprido as tarefas que me foram delegadas pelos sindicatos filiados ao longo desses anos. Os avanços são visíveis.
E, justamente por estar há tanto tempo à frente de nossas entidades no Distrito Federal e exercendo funções no conselho de representantes e na diretoria da Confederação Nacional do Comércio, é que tenho muita clareza quanto à necessidade de realizar uma profunda renovação no Sistema. É preciso renovar práticas, métodos e procedimentos para nos adequarmos aos tempos em que vivemos e desmontarmos a ofensiva contra o Sistema S.
As senhoras e senhores sabem que eu busquei ser um instrumento dessa imprescindível renovação na CNC. Foi para me qualificar para disputar a presidência da nossa Confederação que aceitei enfrentar mais uma reeleição, no ano passado. Como todos aqui sabem, estar presidindo uma federação é condição para disputar o posto na CNC.
Não vou analisar aqui os fatores e circunstâncias que levaram à derrota de minha candidatura e à inviabilização de minhas propostas para a CNC. Mas esperava poder realizar um processo de mudanças significativas também no nosso Sistema Fecomércio no Distrito Federal. Cheguei a tomar algumas primeiras medidas para possibilitar uma gestão ainda melhor do Sesc e do Senac, reduzir despesas, aumentar nossa produtividade e apresentar melhores resultados.
Reconheço que estou há tempo na presidência do Sistema Fecomércio no DF, e o meu objetivo de renovação desta diretoria foi frustrado pela derrota na CNC. Antevejo, neste que é declaradamente meu último mandato, dificuldades em promover mudanças no que entendo necessárias no Sistema. Assim, nada mais tenho a lhes oferecer.
Por isso anuncio que estou, neste momento, renunciando irreversivelmente aos cargos que exerço no Sistema Fecomércio. Estou certo de que as senhoras e senhores saberão dar continuidade à gestão e aos trabalhos e encontrarão os melhores caminhos para nossas entidades.
Saio com o sentimento da missão cumprida e de ter dado o melhor de mim para o Sistema. Tenho, porém, consciência dos limites a mim impostos e das minhas limitações para fazer o que considero necessário.
O momento é de renovar, e isso agora compete às senhoras e senhores.
Muito obrigado por tudo, e estou à disposição para, como empresário do setor, continuar a colaborar na defesa e fortalecimento de nosso Sistema e do importante trabalho que ele realiza em prol da sociedade.
Biografia
Nascido em 19 de abril de 1945, em Nova Iorque, no Maranhão, Adelmir Santana chegou a Brasília em 1964 e se formou em Administração de Empresas pelo Centro Unificado de Brasília (UniCeub). Foi funcionário público até 1971 e, em seguida, ingressou em uma multinacional da área da indústria farmacêutica, onde desenvolveu suas atividades profissionais até 1986. Neste mesmo ano, iniciou suas atividades como empresário no segmento farmacêutico, consolidando a rede de Drogarias Vison.
No ramo sindical, Adelmir Santana foi presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Distrito Federal e depois, em 2001, foi eleito presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do DF, além de presidente do Sistema Fecomércio-DF, que integra a Fecomércio, o Sesc, o Senac e o Instituto Fecomércio no Distrito Federal.
No exercício da política, sempre foi um defensor do desenvolvimento econômico e social brasileiro. Foi senador da República pelo Distrito Federal entre 2007 e 2011, quando, entre outras ações, foi relator da Lei Complementar que criou a figura do micro empreendedor individual e da lei geral do Turismo. Adelmir Santana também foi presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae-DF e presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Nacional, nos biênios 2007/2008 e 2009/2010.
Foi também um dos vice-presidentes da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).