Francisco Maia
Presidente do Sistema Fecomércio-DF (Fecomércio, Sesc, Senac e Instituto Fecomércio)

A grande notícia é quando estamos mais próximos de uma solução que parecia impossível. Uma novidade maior que mude esse momento dramático da economia brasileira, que já dá sinais de fraqueza. Após crescimento de 0,1% nos últimos três meses do ano passado, o PIB encolheu 0,2% nos dois primeiros meses de 2019.
O comércio e serviços, que sentimos na pele, sofre e nos aflige, mas o governo veio em socorro. A partir dessa semana, a Economia anunciará a liberação de cerca de 42 bilhões de reais para animar a vida da população.

A liberação, pelo governo, dos depósitos nas contas do FGTS pretende que o povo passe a consumir mais. Os técnicos do governo ainda estão fazendo os ajustes. Só irão tomar a decisão durante essa semana através de uma medida provisória que trata da questão do Fundo de Garantia e também do PIS/Pasep. Os dois itens serão tratados de forma conjunta, provavelmente quarta ou quinta-feira, dependendo da agenda do presidente, conforme informou o ministro da Economia, Paulo Guedes.

Todas essas medidas estão longe de significar transformações relevantes até o fim do ano. Pelo que sabemos, o valor liberado, entre R$ 40 bilhões e R$ 50 bilhões, significa 1% do consumo total da economia brasileira. É bem possível que parte dos recursos seja utilizada para pagar dívidas ou para investir no mercado financeiro.

A medida se justifica pelo baixo ritmo da economia. Não há risco, portanto, de descumprimento da meta para a inflação neste ano. Trata-se de uma espécie de ponte para que se aguarde o efeito, a partir de 2020, da reforma da Previdência e de outras mudanças nas decisões de investir e de consumir dos agentes econômicos. As decisões para aumentar a geração de emprego no médio e longo prazo são aquelas que livrem o país da insolvência fiscal. Em resumo, a liberação de saques é uma ação transitória que tem inúmeros méritos. Sem nenhuma dúvida, uma grande medida.

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