Em dezembro de 2024, o índice de endividamento das famílias no Distrito Federal apresentou queda de 1,2 ponto percentual em relação a novembro, passando de 68,9% para 67,7%. Esse é o sexto mês consecutivo de redução. Em termos absolutos, o número de famílias endividadas caiu de 731 mil para 718,4 mil. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic-DF), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC)

Por outro lado, a inadimplência (contas em atraso) subiu 0,9 ponto percentual no mês, atingindo 40,7% em dezembro, ante 39,8% em novembro. Esse aumento representou 10.226 novas famílias inadimplentes. Comparando com dezembro de 2023, quando a inadimplência estava em 20,9%, houve um crescimento de 94,7%, ainda que com sinais de desaceleração em relação aos meses anteriores. Já entre os endividados, o total reduziu 15,6% no mesmo período de um ano.

“No Distrito Federal temos uma redução expressiva no nível de endividamento das famílias e uma estabilização da inadimplência que, embora num patamar bem elevado, demonstra cautela e uma boa gestão da dívida pelas famílias”, analisa o presidente do Sistema Fecomércio-DF, José Aparecido Freire.

Ao longo de 2024 (janeiro a dezembro), o número de famílias endividadas recuou em 119.816, enquanto as famílias com contas atrasadas aumentaram em 213.029, considerando dívidas com atraso de até 73 dias. Apesar da alta na inadimplência em dezembro, houve uma leve melhora no mercado de crédito, com uma redução de 0,4 ponto percentual entre as famílias que não conseguiam quitar suas dívidas. Esse movimento pode estar relacionado ao aumento da empregabilidade.

Entre as famílias com dívidas em atraso, 66% têm renda de até 10 salários mínimos, enquanto 47,7% ganham acima desse valor. Já entre as famílias sem dívidas, a maioria (51,5%) possui renda superior a 10 salários mínimos, e 34% têm renda de até 10 salários mínimos.

Comparando dezembro de 2024 com o mesmo mês de 2023, observou-se um aumento na proporção de famílias sem dívidas (de 20,1% para 32,3%) e uma leve alta entre aquelas que se consideram muito endividadas (de 14,8% para 15,1%). Por outro lado, houve uma redução entre as famílias que se consideram pouco endividadas (de 43,4% para 29,5%) e um aumento entre as que se classificam como mais ou menos endividadas (de 21,7% para 23,1%).

Dessa forma, o índice geral de endividamento em dezembro de 2024 ficou em 67,7%, abaixo dos 79,9% registrados em dezembro de 2023. Apesar do cenário de alta na taxa de juros, inflação e restrições no crédito, os dados indicam uma melhora na capacidade de consumo das famílias, o que beneficia o varejo no Distrito Federal em relação ao mesmo período do ano anterior.

Em comparação com o índice nacional, onde o endividamento é de 76,7%, o DF apresenta um nível 9 pontos percentuais menor.

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