O percentual de famílias que afirmam ter dívidas a vencer nas diferentes modalidades de crédito cresceu 0,6 ponto percentual em setembro, representando 75,3% das famílias no Distrito Federal, ou em números absolutos 787.852 famílias endividadas. Este resultado está 12 pontos percentuais abaixo do maior valor da série (87,3% – setembro 2012) e 32 pontos percentuais acima do menor valor da série (43,3% – novembro de 2010).
No ano, a proporção de endividados reduziu 11,5 pontos percentuais. Do total de pessoas com dívidas, 14,5% consideram-se “muito endividadas”, percentual inferior ao nacional, de 17,5%, no mesmo mês, e com tendência de queda desde junho último, quando atingiu 18,6%.
Embora o endividamento mostra tendência de queda, os indicadores de inadimplência, por outro lado, seguem em crescimento iniciado em abril de 2023, atingindo em setembro de 2023 17,9%, porém abaixo do maior índice da série de registrado em abril de 2022, de 25,5%, e 10,9 pontos percentuais acima do menor índice da série ocorrido em junho de 2014 de 7,0%.
“A queda na taxa de inflação e o retorno de pessoas ao mercado de trabalho formal nos últimos meses se apresentam insuficientes para reverter o cenário de inadimplência, face os juros elevados e a maior quantidade de dívidas a vencer, impondo às famílias dificuldade de quitar os compromissos, especialmente quando 85,3% das pessoas entrevistadas responderam possuir dívidas no cartão de crédito”, analisa o presidente do Sistema Fecomércio-DF, José Aparecido Freire.
A evolução dos endividados com contas em atraso em setembro cresceu 0,9 pontos percentuais quando comparado com o mês anterior, ficando 6,3 pontos percentuais abaixo do mesmo mês do ano anterior. Quanto àqueles que afirmam não terem condições de honrar seus compromissos, observa-se um crescimento de 0,4 pontos percentuais em relação ao mês anterior, e 1,5 pontos percentuais acima do mesmo mês do ano anterior.
No mês de setembro, o comprometimento médio da renda com dívidas foi da ordem de 22,7%, face 23,4% do mês anterior, com os que ganham até 10 salários mínimos, comprometendo 23,2%, e os que ganham acima de 10 SM, comprometendo 21,6% da renda.
“A melhora na renda, no emprego, a redução das taxas de juros e o programa de renegociação de dívidas certamente possibilitarão uma redução na inadimplência e a reinserção no mercado de crédito e consumo daqueles que hoje estão impossibilitados de honrarem seus compromissos”, conclui Aparecido.
Sobre a pesquisa: A Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) é apurada mensalmente pela CNC desde janeiro de 2010. Os dados são coletados em todas as capitais dos estados e no Distrito Federal, com aproximadamente 18 mil consumidores. São apurados importantes indicadores de endividamento e inadimplência, que possibilitam traçar um perfil do endividamento, acompanhar o nível de comprometimento do consumidor com dívidas e a percepção em relação a sua capacidade de pagamento.
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