Pesquisa do Instituto Fecomércio-DF revela que o Dia dos Namorados deste ano deve ter um aumento de 24,4% nas vendas em relação a 2021. O levantamento também detectou um salto na expectativa positiva dos lojistas – 70,30% dos entrevistados acham que as vendas serão melhores que no ano passado, quando o mesmo índice registrou 39,40%. Apenas 0,6% acreditam que a data será ruim para o comércio.
Este ano, outro dado chama a atenção. O valor do ticket médio de compra por parte dos consumidores teve um aumento de 84,56%. Passou de R$ 114,45 (2021) para R$ 211,23 (2022). Os homens pretendem gastar cerca de 14,83% a mais que as mulheres. Enquanto o ticket médio masculino é de R$ 223,55, o feminino alcançou R$ 194,68.
Por parte dos lojistas, a expectativa é que o ticket médio quase dobre de valor este ano. Passou de R$ 138,16 (2021) para R$ 268,92 (2022) – uma variação positiva de 94,64%.
Segundo o presidente do Sistema Fecomércio-DF, José Aparecido Freire, o cenário atual é bem mais favorável daquele que se apresentava no mesmo período de 2021. “Acredito que o otimismo entre lojistas e consumidores esteja ligado à sensação de retomada da economia após a fase mais crítica da pandemia. Antes os empresários não podiam se programar e as pessoas não se sentiam completamente seguras para circular. Com a vacinação avançada e o fim das medidas restritivas, podemos perceber um retorno à normalidade”, avalia Aparecido.
Consumidores
Neste ano, o Dia dos Namorados cairá em um domingo, o que faz com que o dia preferido para ir às compras seja o sábado (40,39%), no período da noite (44,86%), segundo os consumidores entrevistados. Tarde (41,43%) e manhã (13,71%) vêm em seguida. Os produtos preferidos para presentear são roupas/acessórios (25,21%); cosméticos/perfumes (20,36%); calçados/acessórios (14,54%) e flores/cestas (11,22%).
As lojas de shoppings lideram o meio mais utilizado para compra do presente, com 38,29% dos entrevistados. Em seguida, lojas de rua (29,14%) e feiras (14,57%). Apenas 10,29% irão optar pela compra via internet. Entre as formas de pagamento, o cartão de crédito lidera no ranking, com (35,4%). Isso significa que não irão liquidar imediatamente a compra. Dinheiro foi a 2ª opção mais relatada (28,3%), seguido por cartão de débito (26,3%) e PIX/Transferência (10%); sendo assim, 64,6% relataram que vão liquidar imediatamente a compra.
Sobre experiências de consumo, uma das vertentes investigadas na pesquisa, constatou-se que desconto e promoção (38,57%) são os principais fatores de recompra de um produto. Ou seja, são esses os motivos que fazem o consumidor voltar à mesma loja para comprar outro produto. Bom relacionamento (22%), qualidade do produto (18,86%) e novidades (10,57%) vêm na sequência. Já o índice de rejeição, oposto ao índice de recompra, está primeiramente relacionado ao preço alto (38,57%). Relacionamento ruim com o vendedor (23,14%) e falta do produto (20%).
Lojistas
Para obter representatividade do universo de mercado, a pesquisa do Instituto Fecomércio-DF buscou abranger os segmentos diretamente impactados pela data comemorativa. Também foi levado em consideração o porte dos estabelecimentos e a região administrativa onde a loja está localizada. Dessa forma, foram entrevistadas empresas micro, de pequeno e de médio porte, distribuídas em diversas regiões administrativas do DF.
A maioria dos lojistas (86,65%) indicou que irá manter os preços dos produtos em relação aos ao ano passado. Outros 12,15% pretendem aumentar o valor, sendo que a média desse aumento é de 8,73%. Apenas 1,2% disseram que irão diminuir. Repasse ao fornecedor (72,88%) e aumento do dólar (16,95%) estão entre os principais motivos para aumento nos preços. Com relação ao estoque de produtos, 65,14% dos lojistas disseram que irão manter, 32,67% irão aumentar e 2,19% irão reduzir.
Sobre formas de pagamento, lojistas divergem da maioria dos consumidores, que pretendem liquidar imediatamente a compra à vista. Os empresários acreditam que 85,46% irão pagar as contas com cartão de crédito. Apenas 11,55% com cartão de débito e 1,99% com dinheiro. A opção PIX/Transferência foi citada por 1% dos entrevistados. Sobre estratégia de venda, a maioria irá apostar nas promoções (24,56%), seguidas pela visibilidade da loja (22,18).
Metodologia
Os dados da pesquisa foram coletados entre os dias 4 e 18 de abril de 2022. A abordagem de consumidores se deu de forma aleatória, em diferentes pontos de circulação do DF, resultando em uma amostra de 535 respondentes. Já a abordagem aos lojistas, estrategicamente direcionada a partir da posição gerencial, deu-se de forma telefônica, compreendendo uma amostra de 502 empresas de diferentes segmentos, concentradas em várias regiões do DF.
Aumento de 15,43% na Páscoa
Com objetivo de verificar se as expectativas se concretizaram, o Instituto Fecomércio-DF também realizou uma pesquisa pós-vendas para a Páscoa. Segundo o levantamento, o saldo positivo alcançou 87,8% dos lojistas entrevistados. Outro dado importante foi o crescimento efetivo de 15,43% nas vendas do comércio. Na pesquisa de pré-vendas, esse índice foi de 18,08%.
“Os índices de pré e pós-vendas ficaram muito próximos. Isso demonstra que nossas pesquisas captam o impacto do consumo sazonal na nossa economia e nos permite subsidiar o empresariado local no planejamento de melhorias para os seus negócios e tomadas de decisões”, avalia José Aparecido.
Mais da metade dos entrevistados disse que a expectativa de vendas foi superada. Enquanto na pesquisa anterior à data comemorativa 42,91% acreditavam no saldo positivo, na pesquisa realizada após a Páscoa esse índice saltou para 53,60%.
Outro número superado após a Páscoa foi o valor do ticket médio. Ele passou de R$ 149 (expectativa) para R$ 153 (venda efetiva), registrando um aumento de 2,7%. Já as vendas no cartão de crédito também superaram as expectativas. Foi de 46,91% para 73,40%. As vendas no débito tiveram queda em relação à pesquisa de intenção. Passou de 35,53% para 21,40%.
A maioria dos lojistas (76,20%) manteve os preços exercidos, sendo que outros 23,20% aumentaram e apenas 0,6% diminuíram. O indicador da variação de preços apurou um aumento médio de 10,55% entre aqueles que decidiram reajustar os valores para cima. A justificativa para isso foi o repasse para os fornecedores (94,83%), seguido de aumento do dólar (3,45%) e aumento de impostos (1,72%).