Praça de alimentação montada ao lado do estacionamento do Teatro Nacional tem mil metros quadrados e oferece uma enorme variedade de comidas típicas

Uma importante categoria do comércio do Distrito Federal tem garantido suporte à população que visita o Brasília Iluminada: os vendedores ambulantes. Sem eles, a Esplanada dos Ministérios, a Torre de TV e a Praça do Cruzeiro não seriam palco ideal para contemplar a beleza e o espetáculo de luzes que estão atraindo milhares de pessoas todos os dias. Graças à atuação desses autônomos, o público tem acesso a todo tipo de alimentação, além de brinquedos e souvenirs.

No total são 85 CNPJs que foram autorizados pela coordenadoria das cidades e nas tendas quase 30 organizados pelo Sindicato do Comércio de Vendedores Ambulantes (Sindvamb), filiado à Fecomércio-DF. Essas duas entidades, com apoio do Senac-DF, ofereceram cursos de gestão aos comerciantes e instalaram uma estrutura com dez tendas montadas próximas ao estacionamento do Teatro Nacional. No total são mil metros quadrados que oferecem dezenas de opções em comida, como churrasco, acarajé, crepe, pizza, pastel, cachorro-quente, hamburguer, bebidas e diversas guloseimas doces para o delírio da criançada.

Nos outros dois locais (Torre e Praça do Cruzeiro), por enquanto, são os próprios ambulantes que se organizam para fornecer as condições de funcionamento dos foodtrucks e barracas não padronizadas. O sindicato trabalha para que os próximos eventos sejam inteiramente contemplados com projeto de infraestrutura organizada.

O número de trabalhadores envolvidos no esquema ao longo de todo o Eixo Monumental deve chegar a mais de 100, explica a vice-presidente do Sindvamb, Cristiane Carvalho Mendes. “São 85 autorizados entre barracas e circulantes, mas tem empreendedores aqui que contratam mão de obra de até dez pessoas. Muitos desses vêm para complementar sua renda e são idosos, jovens e até pessoas com deficiência”, explica a vice-presidente do Sindvamb.

Cristiane avalia ainda que o turismo e a economia da cidade ganham muito com a organização dos vendedores ambulantes. “Quanto mais bonito, organizado e limpo, atendendo aos critérios da produção da festa, mais impacto positivo a festa irá provocar. Este é o segundo ano e o que estamos vendo até agora é uma festa linda, com movimento que chega até as 2h da manhã”, relata.

O Sindvamb avalia que a presença dos vendedores ambulantes estimula toda uma cadeia produtiva, que começa no fornecimento de insumos como alimentação, bebida, gelo, tendas, energia elétrica e banheiros químicos. Isso só é possível graças à parceria entre o setor privado e o governo. “Para estar aqui tem que estar formalizado, dentro dos critérios da Lei 6.190, aprovada em 2018 e regulamentada pelo governador Ibaneis Rocha”, acrescenta.

O Sindvamb provém ainda a organização dos seguranças e dos equipamentos dos ambulantes durante a madrugada e enquanto os trabalhos descansam durante o dia. Parte da equipe que dá suporte na vigília é formada por egressos do sistema penitenciário. “Esses cidadãos possuem muita dificuldade de inserção no mercado de trabalho. Por isso temos essa atenção especial, para que possam se reposicionar na sociedade”, diz a vice-presidente.

Oportunidades de negócios
Eliomar Ferreira dos Santos é um dos vendedores ambulantes instalados na Praça de Alimentação da Esplanada. Ele tem uma barraca de crepe, que decidiu abrir depois de passar anos gerenciando um famoso restaurante da cidade. Santos conta que os negócios prosperavam, mas a pandemia interrompeu seu percurso.

No início do ano conseguiu retomar as atividades, mas só agora, com o Brasília Iluminada, engatou de vez nas vendas. “A dificuldade foi grande para nós, que trabalhamos na rua. Com a pandemia, fechamos e ficamos desempregados. Agora com o Brasília Iluminada temos uma oportunidade que nunca vimos igual. Essa estrutura, junto com apoio do Sesc e do GDF está sendo uma benção. O movimento está grande e estou tendo que repor estoques todos os dias”, conta Santos.

Andreia Lima da Costa circula pelo Brasília Iluminada com seu carrinho de pipoca. Moradora do Cruzeiro, ela deixa todo o equipamento de trabalho guardado na tenda disponibilizada pelo Sindivamb para os ambulantes da região. Não fosse isso, teria dificuldades de participar todos os dias do evento. “É a primeira vez que temos esse apoio e uma estrutura como essa, bem organizada e com muita gente”, declara Andreia.

Texto: Sinval Souza

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