A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) brasilienses teve leve alta no mês de julho. Depois de três quedas consecutivas, o índice subiu 0.9% em relação a junho e chegou a 62,9. Nos últimos 12 meses, o maior patamar foi de 70,7 em fevereiro e março deste ano. Já o pior foi registrado no mês passado (62,3).
Os dados são da pesquisa mensal realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A ICF nacional atingiu 68,4 pontos em julho e teve o segundo crescimento mensal consecutivo (+2,0%). O índice abaixo 100 pontos indica uma percepção de insatisfação das famílias. Acima disso, até 200 pontos, o índice revela satisfação.
O último indicador favorável do ICF no DF foi em fevereiro de 2020, quando atingiu 103,81 pontos. Desde então, os valores ficaram abaixo de 100. “Isso é coerente com o início da crise da Covid-19, com a pandemia instaurada em março do ano passado”, avalia a economista Catarina Carneiro da Silva, responsável pela pesquisa.
Silva explica ainda que o índice nacional está abaixo de 100 desde abril de 2015. Segundo ela, isso mostra que, entre abril de 2015 e fevereiro de 2020, o indicador do DF estava acima do nacional e, consequentemente, as famílias da região mais confiantes do que na média geral.
Sobre a retomada na intenção de consumo dos brasilienses em julho, a economista explica que alta está ligada ao crescimento na “Perspectiva Profissional” (+6,8%), um dos subitens avaliados pela pesquisa. “Esse índice vinha crescendo desde o mês anterior (+2,0%). Isso mostra que as famílias estão mais confiantes com relação a recuperação do mercado de trabalho nos próximos meses, apesar do momento atual não estar completamente favorável”, completa.
Além disso, segundo a economista, o indicador de “Consumo Atual”, outro subitem da pesquisa, recuperou-se neste mês, com crescimento de 2,3% após três meses negativos. Já a “Perspectiva de Consumo” tinha sido positiva em junho (+6,3%) e continuou crescendo em julho (+2,1%), mostrando que o consumo deve continuar em evolução.
“A vacinação está dando maior segurança para as famílias saírem e voltarem a consumir, assim como a estabilização da renda com o apoio do auxílio emergencial e o aumento na geração de emprego no DF, que possui saldo acumulado de 19.017 no ano”, explica.
Para o presidente da Fecomércio-DF, José Aparecido Freire, o cenário reflete o otimismo da população em relação a retomada dos hábitos interrompidos pela pandemia. “De dezembro de 2020 a março de 2021, o ICF do DF subiu e ultrapassou os 70 pontos. Com a segunda onda, esse índice voltou a cair e só agora dá sinais de retomada. Nossa expectativa é que esse movimento persista agora durante todo o segundo semestre no comércio, com reforço de três datas comemorativas para o setor, que são o Dia dos Pais, o Dias das Crianças e o Natal”, conclui Freire.