Com o fechamento do comércio no Distrito Federal, ocasionado pela pandemia do novo coronavírus, os empresários da cidade sofrem com a perda de receita. Para levantar os dados e contabilizar os prejuízos do setor, a Fecomércio-DF solicitou uma sondagem para o instituto Opinião Informação Estratégica, em parceria com a Sphinx Brasil. O levantamento é atualizado diariamente, por meio de questionário aplicado por telefone. Do dia 20 de abril até segunda-feira (27) foram ouvidos 74 empresários. Ficou constatado que 37,8% dos empreendedores entrevistados estão tendo dificuldade com pagamentos rotineiros, como: tributos, salários, aluguel, fornecedores e contas de luz e água. Já 36,5% responderam que avaliam a situação como difícil,18,9% afirmaram estar indiferentes, 5,4% avaliaram como fácil e 1,4% como muito fácil.
Sobre a intensidade do impacto do vírus nos negócios, 64,9% confirmaram que o impacto negativo foi alto, 24,3% disseram sentir um impacto negativo, 6,8% responderam nenhum impacto, 1,4% afirmaram ter um impacto positivo, 1,4% um alto impacto positivo e 1,4% não souberam avaliar. Neste momento de incertezas, o presidente da Fecomércio-DF, Francisco Maia, diz que a entidade mantém um diálogo constante com o GDF para que o comércio possa retornar suas atividades no dia 3 de maio.
Além disso, a Federação tem orientado os consumidores a comprarem do comércio de vizinhança e alertado os empresários a não demitirem os seus funcionários. “Tivemos uma reunião com o governador em que foi entregue um documento sugerindo normas para que o comércio pudesse voltar a funcionar, respeitando todas as orientações do Ministério da Saúde. Sabemos que o momento é difícil e estamos batalhando para ajudar o empreendedor brasiliense”, informa Francisco Maia. “Sabemos também que o momento pede cautela e que os empresários busquem novos meios para alcançar o cliente, como serviço por entrega em domicílio, por exemplo”, diz. “Nós conseguimos, junto ao GDF, adiar o pagamento do Simples e conversamos para que o programa de renegociação de dívidas saia o mais rápido possível”, destaca.
Ainda sobre a pesquisa, os empresários foram perguntados sobre o sentimento em relação à economia do País. Os empreendedores responderam em uma escala de 0 a 10, onde 10 é o mais positivo e 0 é o mais negativo. Antes do fechamento das lojas, o sentimento atribuído foi representado por uma nota média de 7,5. Em uma visão do momento atual, a nota atribuída foi de 3,9 em curto prazo, de 4,2 em médio prazo (1 mês) e a longo prazo (3 meses) o número sobe para 5,3. O sócio da Opinião Informação Estratégica, o estatístico Alexandre Garcia, diz que mesmo cientes da abertura na semana que vem, os comerciantes estão receosos. “A abertura do comércio não salvará o fluxo de caixa das empresas. O consumidor está com receio de sair de casa e encarar aglomerações. O empresário tem consciência deste momento, por conta disso, a expectativa a curto prazo não é tão boa”, informa Alexandre.
O estudo mostra ainda que 16,2% dos empresários implantaram o comércio de produtos online; 16,2% delivery, 14,9% adotaram a retirada no balcão, 9,5% já realizavam esse tipo de venda e 58,1% informaram que não optaram por adotar nenhuma das opções. Depois da abertura do comércio, 87,1% disseram que vão continuar com os serviços implantados.
Em um questionário de múltipla escolha, o levantamento aborda ainda quais providências as empresas estão adotando ou pretendem adotar na gestão sobre a crise: 48,6% responderam que deram antecipação de férias para parte dos empregados; 36,5% afirmaram ter reduzido a jornada de trabalho; 31,1% aderiram ao home office; 27% suspenderam temporariamente os contratos de trabalho; 25,7% deram férias coletivas; 23% realizaram alteração em turnos de trabalho e 18,9% demitiram os empregados.