Com o intuito de contabilizar os prejuízos e saber como o empresário da capital do País está lidando com a crise causada pelo novo coronavírus, a Fecomércio-DF solicitou uma sondagem com empreendedores da cidade, dos setores de comércio, serviços e turismo, para o instituto Opinião Informação Estratégica em parceria com a Sphinx Brasil. O levantamento é atualizado diariamente, por meio de questionário aplicado por telefone por uma equipe de pesquisadores em teletrabalho. Na terça-feira (31), os empresários foram perguntados sobre o sentimento em relação a economia do País. Os empreendedores responderam, em uma escala de 0 a 10, onde 10 é o mais positivo e 0 é o mais negativo. Antes do fechamento das lojas, o sentimento atribuído foi representado por uma nota média de 7,8. Em uma visão do momento atual, a nota atribuída foi de 3,5; em médio prazo (1 mês), de 3,6; e a longo prazo (3 meses) o número sobe para 4,9.

O presidente da Fecomércio-DF, Francisco Maia, diz que a situação é delicada e revela quais são os segmentos mais atingidos. “O comércio do DF já contabiliza prejuízo recorde. Os segmentos de bares, restaurantes, hotéis e o de eventos são os mais afetados, além dos shoppings”, informa Francisco Maia. Ele explica que a Federação está em constante contato com o governador Ibaneis Rocha e com os secretários de governo para amenizar os danos e tentar achar soluções para o setor produtivo e para a economia local.

O sócio da Opinião Informação Estratégica, o estatístico Alexandre Garcia, diz que o governo está sinalizando que ajudará os empresários. Segundo ele, se esse plano for colocado em prática, a esperança do empresário com a economia pode melhorar. “Se compararmos a visão a longo prazo e a de antes da pandemia, houve uma queda importante: 4,9 está abaixo da média e é uma visão pessimista das perspectivas para o futuro da economia. O futuro é de muitas incertezas.”, afirma Alexandre Garcia. “No sentimento do curto e médio prazo a visão também é muito ruim, muito distante do que foi antes do coronavírus. Acredito que falta muita coisa para recuperar o sentimento de otimismo. Como não temos nada de concreto, o cenário não favorece o setor produtivo.”, explica Alexandre.

Em um questionário de múltipla escolha, o levantamento aborda ainda quais providências as empresas estão adotando ou pretendem adotar na gestão sobre a crise: 11% dos entrevistados responderam que a tendência é a de fechar a empresa definitivamente; para 35,4% a demissão dos colaboradores é uma possibilidade; 52,5% disseram que as férias coletivas são a saída; 72,9% dizem que o fechamento dos estabelecimentos para atendimento ao público está entre as decisões; 76,2% elaboraram plano de gestão de crise; e 39,8% colocaram os funcionários em home office, entre outras ações (percentuais arredondados).

Metodologia
A coleta dos dados começou a ser realizada no dia 23 de março. A análise é atualizada diariamente. Até o dia 31 de março um grupo de 181 empresários da base da Fecomércio, de diversos segmentos, já responderam o questionário.

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