Após decreto do governo do Distrito Federal que determinou o fechamento do comércio brasiliense, os empresários somam prejuízos e preveem demissões. Um dos segmentos mais afetados da cidade é o de bares e restaurantes. O sindicato que representa os empreendedores da área, Sindhobar, informa que são esperadas mais de 4 mil demissões. O presidente da Fecomércio-DF, Francisco Maia, diz que apesar dos esforços da Federação em amenizar a crise, o setor de comércio, serviços e turismo está passando por um momento delicado. Segundo ele, também existe expectativa de demissões no segmento hoteleiro da capital.
“Os hotéis estão sem hóspedes e os empresários precisam manter uma estrutura enorme. As demissões estão começando a acontecer. Ainda não temos números, mas o prejuízo é grande. Estamos em crise”, informa o presidente da Fecomércio-DF, Francisco Maia. “Quando reabrir, acredito que também será difícil reabsorver os funcionários, já que os empresários estarão sem capitalização. É preciso pensar em maneiras de amenizar a situação. Pensando nisso, a Fecomércio, em parceira com o BRB, criou uma linha de crédito orientado que visa frear o movimento de queda no fluxo de caixa das empresas”, destaca. Em âmbito nacional, nos 15 primeiros dias de março, o volume de receita do segmento de turismo encolheu 16,7% em relação ao mesmo período do ano passado – uma perda equivalente a R$ 2,2 bilhões, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC).
Sobre os restaurantes, Francisco Maia ressalta que além do prejuízo nas vendas, os lojistas estão perdendo insumos. “Conversei com a dona de um restaurante da cidade que me disse que precisou jogar mais de 50 quilos de queijo fora, carnes e outros alimentos, por conta da validade”, conclui. O presidente do sindicato de bares e restaurantes, Jael Antonio da Silva, relata que os empresários estão preocupados com a questão da saúde da população, contudo é notório que as empresas estão sofrendo muito com a situação. Ele ressalta a necessidade do governo Federal e local agirem imediatamente, por meio de medidas que visem ajudar a economia do País.
Jael diz que são importantes incentivos como a liberação do pagamento de água, luz e imposto, além de linha de crédito com juro zero para que os empresários consigam manter as portas abertas. “Serão 4 mil demissões, a tendência é crescer se não sair nenhuma medida do Executivo. O empresário, infelizmente, não tem outra opção, já que não sabemos quando iremos reabrir e em quais condições retomaremos as atividades”, diz. Na última semana o segmento teve um prejuízo de 60%.
O presidente do Sindhobar informa ainda que com o objetivo de minimizar o avanço da doença e tentar diminuir os impactos negativos para os empregos no setor, o Sindicato assinou uma Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), no dia 19 de março, junto ao sindicato dos empregados do ramo e à Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). Entre as decisões do acordo estão: a concessão de férias coletivas total ou parcial aos empregados sem o prévio aviso de 30 dias, com o pagamento das férias parcelado em três vezes. “Se não fosse essa Convenção os restaurantes e bares já teriam demitido muito mais funcionários”, conclui.