A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulga nesta sexta-feira (27), Dia Mundial do Turismo, pesquisa inédita sobre o setor que mostra recuperação do segmento no Brasil. O estudo traz amplo panorama do Turismo no País, em um recorte que vai até julho de 2019, e aponta crescimento de faturamento e geração de empregos. O Índice Cielo de Vendas do Turismo da CNC (ICV-Tur) tem como parâmetros a Pesquisa Anual de Serviços (PAS), o Índice de Atividades Turísticas (Iatur) e a Pesquisa do Turismo, ambas do IBGE, e as taxas de variação da pesquisa Cielo/CNC (ICV-Tur).

De acordo com o ICV-Tur, em julho deste ano o Turismo faturou R$ 20,478 bilhões, aumento de 9% em relação a junho, e 1,5% acima de julho de 2018. Os segmentos de Restaurantes e similares (R$ 10,844 bilhões) e Transporte de passageiros (R$ 5,641 bilhões) foram os que mais se destacaram. Juntos, os dois representaram 80,5% do volume de faturamento do setor e apresentaram crescimento de 4,9% e 20,2%, respectivamente, em relação a junho.

*Para José Roberto Tadros, presidente da CNC, o setor do Turismo tem conseguido se recuperar, ainda que em ritmo moderado. “O crescimento do faturamento mensal dá indicativos de alta para os próximos meses, em sintonia com a performance esperada para a economia neste segundo semestre, principalmente em função das possibilidades de gastos dos consumidores”, avalia.*

No acumulado dos nos sete primeiros meses de 2019, o faturamento total foi de R$ 136,731 bilhões, crescimento de 1,1% em comparação com o mesmo período de 2018 (R$ 135,181 bi) e o maior montante dos últimos quatro anos. Já no intervalo de 12 meses (agosto/18 a julho/19), as vendas aumentaram 1,4% (R$ 237,774 bilhões) em relação ao período de agosto/17 a julho/18 (R$ 234,592 bi).

O Sudeste foi a região que apresentou maior volume de faturamento, sobretudo por conta da distribuição da riqueza e da concentração da população. Em julho, a região (R$ 12,533 bilhões) superou em 275,7% os números constatados no Sul, a segunda de maior expressão no ranking (R$ 3,336 bilhões). Entre os estados, São Paulo lidera com folga, representando 41,1% das vendas nacionais das empresas ligadas às atividades do turismo, seguido por Rio de Janeiro (10,4%), Minas Gerais (8%) e Paraná (6%).

Emprego

Em julho deste ano, em comparação com o mesmo mês de 2018, foram gerados 25.049 novos empregos no setor. O resultado é fruto da recuperação gradual dos segmentos econômicos típicos do Turismo, como Hospedagem e alimentação (+33.745 novos empregos) e Cultura e lazer (+1.399). Já o segmento de Transporte de passageiros demitiu perto de 11 mil trabalhadores.

Em relação a junho, houve redução de 2.308 postos de trabalho, explicada, entre outros fatores, pelos ajustes realizados pelas empresas ao término da temporada de inverno e, provavelmente, por boa parte em função da nova legislação trabalhista.

A distribuição de mão de obra nos principais segmentos deu-se de forma concentrada, com trabalhadores em atividades como Hospedagem e Alimentação (64%) e Transporte de passageiros (31%).

De acordo com o economista da CNC Antonio Everton, o número de pessoas empregadas no turismo nacional representou 7,6% do contingente total de empregados com carteira assinada (38.828.681) no País. “A evolução no setor está em compasso com o que vem acontecendo com o mercado de trabalho em geral”, destaca.

No recorte dos últimos 12 meses (de julho de 2018 a julho de 2019), todas as regiões do País apresentaram saldo positivo, com destaque, mais uma vez, para o Sudeste, com 12.030 empregos criados. Dentre os estados, São Paulo também foi o que mais gerou empregos: 14.087 novos postos. Por outro lado, as empresas do Rio de Janeiro foram responsáveis por 4.633 demissões.

Uma surpresa é o crescimento do Centro-Oeste, desbancando a região Sul no segundo lugar regional na criação de emprego no turismo (+6.113). “O Centro-Oeste tem desenvolvido seu potencial produtor, o que acaba refletindo no aumento da demanda de trabalho, majoritariamente nos segmentos de serviços, que crescem conforme a renda agrícola aumenta”, explica Antonio Everton.

 

Fonte: CNC

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