A desigualdade de renda no Brasil aumentou no 2º trimestre de 2019 pelo 17º trimestre consecutivo, o que representa o ciclo mais longo já registrado no país, segundo pesquisa da FGV Social, a partir de dados da PNAD Contínua do IBGE. De acordo com o estudo Escalada da Desigualdade, trata-se de um recorde de duração nas séries históricas brasileiras: 4 anos e 3 meses. De 2014 a 2019, a renda do trabalho da metade mais pobre da população caiu 17,1%, segundo o estudo. Já a renda dos 1% mais ricos subiu 10,11% nesse período. A renda da fatia da população considerada de classe média (posicionada entre os 40% intermediários) teve queda de 4,16%.

A pesquisa mostra que a queda da renda média atingiu com mais intensidade os jovens com idade entre 20 e 24 anos (-17,16%), analfabetos (-15,16%), moradores das regiões Norte (-13,08%) e Nordeste (-7,55%) e pessoas de cor preta (-8,35%).Entre as principais causas apontadas para o aumento da desigualdade estão a desaceleração econômica e, principalmente, o desemprego. A pesquisa calcula que entre o final de 2014 até o fim de 2017, o número de brasileiros em situação de pobreza (renda de até R$ 233 por mês por pessoa) passou de 8,38% para 11,8% da população, atingindo 23,3 milhões, “um grupo maior do que a população chilena”.

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