Adelmir Santana

Presidente da Fecomércio-DF, entidade que administra o Sesc, o Senac e o Instituto Fecomércio no Distrito Federal.

O melhor do Brasil são os brasileiros. Essa conclusão não é apenas minha, mas da maioria dos turistas que acompanharam a Copa do Mundo. Se dentro de campo o resultado da seleção não foi o esperado, do lado de fora a população se saiu muito bem. A organização do mundial foi avaliada como ótima ou boa por 83% dos estrangeiros que participaram de pesquisa realizada pelo Datafolha. A nossa hospitalidade foi o grande destaque, aprovada por 95% dos entrevistados. É um indício de que valeu a pena investir em treinamento e capacitação. Mais do que isso: é um sinal de que os setores de serviços e turismo ainda podem crescer muito no País.

Durante a Copa, todos os segmentos ligados ao evento saíram ganhando, principalmente as lojas de material esportivo, os hotéis, os shoppings e os bares e restaurantes. Setores não relacionados com o torneio podem até dizer que foram ofuscados pelo mundial, mas ganharão no futuro porque não existe propaganda melhor do que o bom atendimento. Quem visita um país e é bem recebido fica sempre com vontade de regressar e falar bem sobre a nação para os amigos. Esses comentários se multiplicam e essa imagem positiva se reflete em todas as áreas, seja no mundo dos negócios ou na política internacional.

Será melhor ainda se o governo souber tirar proveito desse acontecimento da forma correta. O papel dos governantes agora é se preocupar com o que deu errado e resolver os problemas remanescentes. Os estrangeiros reclamaram basicamente dos preços elevados, da desigualdade social e da insegurança. Tudo isso está ligado diretamente à administração pública. O País precisa de reformas estruturais que diminuam o custo Brasil, fortaleçam as empresas e ampliem nossa competitividade. Em outra frente, é necessário combater a pobreza, o tráfico e a violência. O sucesso da Copa se deve, sobretudo, aos brasileiros. Quem propagar o contrário estará cometendo um erro.

Publicado originalmente no Jornal de Brasília 21/07/2014.

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