Foi realizada na tarde desta terça-feira (9) uma visita técnica de equipes nacionais e internacionais de saúde para conhecerem a carreta móvel do Sesc Saúde Mulher – uma unidade itinerante que realiza rastreamento para a prevenção de câncer de colo uterino e mama. O veículo, que está atualmente atendendo ao público na cidade de Samambaia, recebeu representantes da Fundação Oswaldo Cruz, do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos (National Cancer Institute – NCI), da Universidade de Harvard (EUA), do Ministério da Saúde e da Universidade de Brasília.
O encontro faz parte de um convite feito ao Sesc para colaborar nas pesquisas para uma melhor investigação do câncer do colo de útero. Pesquisadores da Fundação e do NCI estão à frente do estudo Manejo de Risco de Câncer Cervical. Conhecido como MARCO, o projeto tem por objetivo aperfeiçoar o rastreio do câncer cervical precocemente somado à vacinação contra o Papilomavírus Humano (HPV). A iniciativa será um reforço para reduzir a morbidade e mortalidade por câncer uterino.
Em fevereiro deste ano, a Fiocruz Brasília sediou a primeira visita da equipe do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos. “Na oportunidade, os pesquisadores visitaram também a carreta móvel Sesc Saúde Mulher, que estava instalada em Ceilândia. Eles ficaram encantados com a estrutura e proposta. Com a possibilidade, inclusive, do Sesc-DF, por meio da experiência com a unidade móvel, ser um polo dessa pesquisa. A visita foi para conhecer os locais e identificar pessoas chave que colaborarão com informações para o estudo”, esclareceu a coordenadora de Serviços Médicos e Educação em Saúde, Lucce Lopes Mello.
O pesquisador associado da Fiocruz, Sandro Martins, reforça que essa parceria será fundamental para avançar nas medidas preventivas. ”O programa nacional de controle do câncer de colo uterino no Brasil adota exames que não são considerados como os mais eficientes para identificar corretamente mulheres em risco e evitar o câncer de colo de útero. Hoje em países desenvolvidos se dispõe de exames moleculares baseados na detecção do HPV e queremos saber como esses testes se comportam entre nós. Em todo o Brasil tivemos uma queda na realização de exames preventivos e isso se dá em boa parte pela dificuldade de acesso. As unidades móveis são uma excelente estratégia e aqui no Distrito Federal o Sesc promove esse atendimento. O apoio será importante para entendermos mais sobre a eficácia dos exames no contexto da prevenção do câncer”, explicou.
A pesquisa deve identificar o quanto novos testes de rastreio e triagem que se baseiam em HPV por meio do uso de dispositivos de auto coleta (pela própria mulher) serão eficazes para descobrir mais doenças ao menor custo, isso quando comparados ao teste preventivo de Papanicolau atualmente utilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A pesquisa será realizada junto às mulheres nos serviços de saúde do Distrito Federal e de Manaus. Um dos motivos da escolha dessas cidades tem relação com o elevado risco de novos casos de câncer, se comparado com o restante do País.
(Com colaboração de Luciane Zorzin)