Francisco Maia, Presidente do Sistema Fecomércio-DF (Fecomércio, Sesc, Senac e Instituto Fecomércio)
Patrimônio cultural tem origem no termo latino Pater, que significa pai. Pai de um povo que é formado pelo conjunto dos saberes, fazeres, expressões, práticas e seus produtos, que remetem à história, à memória e à identidade desse povo. Nada que não seja esse bem supremo pode se sobrepor como interesse público. Tenho afirmado que o governo do Distrito Federal deve procurar outra alternativa para a reforma do Teatro Nacional, pois não pode ser feita com recursos do Fundo de Auxílio à Cultura (FAC). Acredito que é uma decisão ruim para a produção cultural brasiliense. O certo seria encontrar outra solução para reforma do teatro. Possivelmente procurar uma parceria com empresas que já contam com expertise no assunto e que pudessem fazer isso sem afetar a cultura de Brasília.
A reforma do teatro é fundamental, mas aquela obra de arte, moldada em concreto e talento, é um bem que merece recursos de conservação provenientes de fontes como a Secretaria de Obras. Aquele monumento, com memória viva e eterna de Oscar Niemeyer e Athos Bulcão, pertence ao patrimônio cultural sólido da humanidade. Quando defendo a manutenção do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) e condeno o cancelamento do edital “Áreas Culturais” de 2018, pretendo apenas estabelecer limites de atuação em duas áreas sensíveis da população de Brasília. Na visão da Fecomércio, responsável por administrar no Distrito Federal, entre outras entidades, o Serviço Social do Comércio (Sesc-DF) – um dos principais promotores e incentivadores da cultura – a decisão do GDF desestimula a produção cultural e traz prejuízos para os brasilienses.
Nada melhor que um santo, João Paulo de Deus, João do Brasil, para definir essa nossa bandeira de luta: “A cultura não deve sofrer nenhuma coerção por parte do poder, político ou econômico, mas ser ajudada por um e por outro em todas as formas de iniciativa pública e privada conforme o verdadeiro humanismo, a tradição e o espírito autêntico de cada povo”.