Adelmir Santana
Presidente da Fecomércio-DF, entidade que administra o Sesc, o Senac e o Instituto Fecomércio no Distrito Federal.
A falta de segurança pública tem provocado graves danos para a sociedade brasiliense. Em alguns casos, a violência é irreparável. Não há como contornar a morte de um cidadão. Em outras situações, a insegurança pode representar anos de retrocesso. No setor produtivo, os crimes contra as empresas e contra seus clientes e funcionários têm vitimado o próprio desenvolvimento econômico do DF. Quando os investidores fogem e os empresários não conseguem manter seus negócios, a cidade perde em geração de emprego, renda e até qualidade de vida, pois muitos serviços simplesmente deixam de existir. O único caminho é enfrentar o problema.
Uma das piores conseqüências dessa crise, para a economia, tem sido a propagação do medo. Isso afeta todos os setores, nos seus mais diversos níveis. Como encorajar um consumidor a jantar fora se a quadra do restaurante não tem estacionamento e registrou um caso de sequestro relâmpago? Como garantir para um frentista que ele ficará a salvo se o posto de combustível onde ele trabalha foi assaltado 11 vezes? E o que dizer para o comerciante que teve seus produtos roubados? Pedir para que os proprietários fechem as portas, certamente, não é uma solução.Isso só agravaria o problema. Ao mesmo tempo, eles se sentem responsáveis pela vida de seus clientes e funcionários. É muito delicado.
Na outra ponta da cadeia produtiva, quem deseja investir ou empreender fica assustado em montar um empreendimento. O risco é muito alto. Falta tanto segurança patrimonial como segurança jurídica. As leis que regem a atividade empresarial mudam a toda hora e os incentivos fiscais, quando existem, podem ser suspensos a qualquer momento. Precisamos de soluções em defesa da vida das pessoas e das empresas. Isso significa colocar os policiais nas ruas e os criminosos na cadeia. As forças de segurança devem ser valorizadas, mas com base em resultados concretos. E o Estado precisa fazer valer a lei. Chega de impunidade.
Publicado originalmente no Jornal de Brasília 17/03/2014.