Adelmir Santana
Presidente da Fecomércio-DF, entidade que administra o Sesc, o Senac e o Instituto Fecomércio no Distrito Federal.

O ano de 2013 poderia ter sido melhor para economia brasileira. Altos encargos, juros enormes e o acréscimo na inflação afugentaram os consumidores e preocuparam os empresários. Esses foram alguns dos fatores responsáveis pelo baixo desempenho do setor produtivo nacional. Os dados sugerem o possível fim de um ciclo, onde o alto consumo sustentou o crescimento. Agora, para alcançar níveis de desenvolvimento mais elevados será preciso tirar as reformas estruturais do papel e ajustar os gastos. Caso contrário, será ainda mais difícil implementar uma política adequada de geração e distribuição de renda.

Para se ter uma ideia da situação, a Confederação Nacional do Comércio (CNC) projeta um crescimento de somente 4,5% no volume de vendas em todo o País este ano. Isso faz de 2013, para o comércio, o pior da última década – com menor crescimento. No Distrito Federal, no acumulado do ano até outubro, o setor apresentou alta de apenas 1,80%. No ano passado, no mesmo período, esse índice foi de 4,59%. O baixo consumo reflete, sobretudo, um crédito mais caro e o endividamento das famílias. Em novembro, Brasília registrou um aumento de mais de 15 mil famílias no percentual de endividados – o equivalente a 611.687 famílias com algum tipo de dívida.

Os números traduzem os resultados de um ano complicado. Não foi um desastre, mas também não foi bom. Nesse ambiente de incerteza, o governo precisa manter um diálogo mais transparente e aberto com os empreendedores. Tudo isso será fundamental para conduzir a iniciativa privada a assumir investimentos e expandir a produção de forma segura. Aproveitar as oportunidades geradas com a Copa do Mundo será igualmente importante. O mundial de futebol pode incrementar o turismo e favorecer o comércio. Para evitar o gol contra, no entanto, será necessário atender bem os turistas e oferecer um serviço de qualidade. Quem sabe, assim, o ano de 2014 nos surpreenda positivamente. Essa é a aposta.

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