Com as ampliações dos puxadinhos, os restaurantes ficam com vasto espaço aberto, usado para colocar mesas e cadeiras. Dessa forma, passam diversas pessoas no local, entre elas pedintes e vendedores ambulantes, que perturbam a paz dos empresários. “É difícil controlar a entrada das pessoas, porque fica tudo muito aberto. Só pedimos que saiam para não incomodar os clientes de alguma forma”, explica o gerente do restaurante Brasil Vexado da 302 Sul, Dalton Bezerra. “Às vezes tiramos a pessoa, porque o cliente está incomodado. Às vezes não tiramos, porque o cliente fica com pena. É uma situação muito chata e complicada”, diz o gerente, ao reconhecer que a área é de livre passagem.

Porém, o medo de retirar uma pessoa do local e depois sofrer represália é constante, conta Bezerra. Para ele, a relação com os vendedores ambulantes é mais tranquila. “Sempre que pedimos, eles logo saem da área externa, numa boa.” A situação é pior à noite. O restaurante funciona até as 23 horas. “Há mais ou menos dez meses, um mendigo fingiu estar armado, levou as bolsas de três clientes e saiu correndo”, conta.

A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda do DF (Sedest) estima que haja 2,5 mil pessoas em situação de rua em Brasília. “Quando alguém dá esmola, acaba incentivando a pessoa a permanecer na rua. Isso não garante cidadania”, destaca a diretora da Sedest, Tamara Galvão.

Foto: Nina Quintana

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